Vídeo do debate sobre a ‘Nova’ Marginal

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“Velha” Marginal Tietê, 23.08.2009 – foto: Britto / zn na linha

Na última terça-feira (25), o Movimento Nossa São Paulo promoveu um debate sobre o projeto da “Nova” Marginal do Tietê (a construção de seis novas pistas para o tráfego de veículos motorizados).

Infelizmente o “debate” em si não aconteceu. O Governo do Estado, “pai” da obra, não mandou nenhum representante. Haviam sido convidadas a Secretaria Estadual de Transportes e a Dersa (empresa estadual que realiza a obra). O Município, parceiro do governo estadual no projeto, enviou um técnico da CET e o Secretário Eduardo Jorge (Verde e Meio Ambiente), que alegou ter sido convidado na semana passada, disse ter outro compromisso, falou 25 minutos e foi embora.

Mesmo assim, as exposições dos demais convidados (Marcos Bicalho e Rafael Poço) e as falas de pessoas que estavam na plateia explicitaram o descontentamento geral com a insistência no modelo rodoviarista bilionário e trouxeram questionamentos interessantes sobre a “Nova” Marginal. Infelizmente, tais questionamentos não foram nem serão ouvidos. A obra deve ficar pronta em tempo recorde, em Março de 2010, no limite permitido para inaugurações de obras pela lei eleitoral. Irá trazer alguma melhora para o trânsito na cidade durante um par de anos (ou talvez meses) antes de ficar novamente congestionada.

Veja o vídeo do debate na íntegra:

[parte 1 – Ricardo Laiza, superintendente de Planejamento da CET]

[parte 2 – Marcos Bicalho, da Associação Nacional de Transportes Públicos]

[parte 3 – Rafael Poço, do Coletivo de Ecologia Urbana]

[parte 4 – Eduardo Jorge, Secretário Municipal do Verde e do Meio Ambiente]

[parte 5 – debate com a plateia]

Bicicletada de Agosto

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arte: renato botelho

[Massa Crítica de agosto]

Violentamente pacífico

vídeo de Gabriel Teixeira, encontrado aqui

Nesta segunda-feira, cerca 1500 cidadãos que ocupavam há 2 anos um terreno pertencente à Viação Campo Limpo (empresa de ônibus) no Capão Redondo foram jogados no olho da rua sob o som, a fumaça e o impacto das bombas e tiros disparados pela tropa de choque da polícia militar.

Nenhuma solução habitacional foi apresentada para as famílias despejadas. Por enquanto, o Estado brasileiro só agiu para defender a propriedade privada ociosa. Uma rua cheia de lama será a casa destas pessoas na fria noite de hoje. Amanhã, nem isso.

Antes de pensar e emitir opiniões sobre o assunto, ouça com atenção às sábias palavras de RAS Mc Léo Carlos no vídeo acima. Ou leia esta postagem do escritor Ferréz, morador da região.

Reintegração de posse no Capão Redondo é concluída, mudança continua na 3a (UOL)
Trator derruba barracos e PM faz reintegração na zona sul (OESP)
Poste de Serra ataca os pobres. Quer que eles voltem ao Nordeste (Conversa Afiada)
Governo do Estado tripudia sobre desabrigados: “A gente faz. E faz bem feito” (Panóptico)
Em SP, famílias do Olga Benário resistem à decisão da Justiça
Viação Campo Limpo e PMSP despejam ocupação Olga Benário (CMI)

fotos:
Estado de São Paulo
UOL

Debate sobre a “Nova” Marginal

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arte: Singer

Nesta terça-feira (25), o Movimento Nossa São Paulo promove um debate sobre a construção de 6 novas pistas na Marginal Tietê, a primeira de uma série de obras bilionárias que a prefeitura e o governo do Estado prometem realizar para estimular o transporte individual motorizado na cidade.

O debate acontece das 10h às 12h30, no Sesc Consolação (R. Dr Vila Nova, 245).

Convidados:
– Marcos Bicalho (Associação Nacional dos Transportes Públicos) (confirmado)
– Rafael Poço (Coletivo Ecologia Urbana) (confirmado)
– Alexandre de Moraes (Secr. Municipal dos Transportes e de Serviços e Obras) (não confirmado)
– Mauro Arce (Secr. Estadual de Transportes) (não confirmado)
– Delson José Amador (diretor-presidente da Dersa) (não confirmado)

Aqui jaz uma cidade
A revolta das freeways – em qual cidade você quer viver
Nova Marginal, capítulo 1
outros textos sobre a “Nova” Marginal
clipping de notícias

No céu, no mar, na terra

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arte: cc Tiago Gouvea

No último domingo (16), o jornal O Estado de São Paulo publicou uma matéria sobre a contaminação do subsolo em 19 áreas do bairro da Mooca. Apesar do subtítulo dizer que a contaminação é fruto do passado industrial do bairro, entre as 19 áreas contaminadas estão 13 são postos de combustível, 2 centros automotivos e antiga fábrica da Ford (o único terreno realmente “industrial”).

Ou seja, no caso da Mooca, 84% da contaminação do solo está intimamente ligada ao uso de veículos motorizados (e não necessariamente à sua produção).

Segundo o levantamento feito pela Cetesb, 657 das 781 áreas contaminadas da cidade são postos de combustível (os mesmos 84% encontrados na Mooca). As indústrias, apontadas como parte de um passado longínquo, representam apenas 8,8% da poluição do solo na capital.

Segundo a matéria do Estado, a poluição do solo estaria atravancando o desenvolvimento imobiliário na região. Para os especuladores, a solução é uma parceria público-privada que permita a limpeza dos terrenos (certamente com a tradicional divisão de ônus público e bônus privado).

Em texto publicado em seu site, o vereador Chico Macena afirma que as áreas em questão representam apenas 15% do total previsto para a operação urbana na região (instrumento de desenvolvimento urbano previsto no Plano Diretor) e sugere que uma parte destas áreas sejam transformadas em parques, e não em torres com três subsolos de garagem e cinco vagas por apartamento.

Sorria, você será manipulado (e vai pagar R$2,30 por isso)

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arte: cc tele-tubbies
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A notícia publicada na internet nesta segunda-feira era assustadora: “Ônibus de SP começam a transmitir programação da TV Globo”. Parecia piada de Primeiro de Abril, mas não era.

Na primeira fase do projeto, as televisões instaladas dentro de alguns ônibus da capital exibiriam trechos das novelas e de alguns programas jornalísticos no estilo programa de fofocas  – apenas os “melhores momentos” com legendas em letras garrafais. Em seguida, a ideia era explorar o potencial trazido pela TV digital e transmitir ao vivo a programação para dentro dos ônibus.

Vale lembrar que o modelo da TV digital brasileira, aprovado pelo ex-funcionário da Globo e ministro das Comunicações Hélio Costa, atendeu a quase todas as exigências feitas pelas emissoras de televisão.

Um dia depois do anúncio, a Prefeitura resolveu suspender o projeto baseada em uma frágil portaria que prevê que o conteúdo das televisões dentro de ônibus deve ser enviado com uma semana de antecedência para a avaliação da SPTrans, o que inviabilizaria a exibição de programação ao vivo ou mesmo do resumo das novelas.

“Frágil” pois a história de adaptações da lei em benefício da emissora não é exceção. A Globo nasceu de uma ilegalidade: em 1962, o grupo de Roberto Marinho assinou um contrato ilegal com o grupo estrangeiro Time-Life (a participação de grupos estrangeiros em empresas de comunicação brasileiras era ilegal na época), conseguindo capital suficiente para montar o seu canal de televisão. Ficou por isso mesmo. Em 1970, a única emissora que poderia concorrer com a Globo em escala nacional (a Excelsior) teve sua concessão cassada pela ditadura militar. Nascia aí o maior monopólio comunicacional do país.

Para quem já contrariou a Constituição Federal, não será difícil superar uma portaria municipal.

A emissora que nasceu no Rio de Janeiro agora consolida seus domínios no território paulistano, centro econômico e político do podre país. A ex-prefeita Marta Suplicy chegou a mudar o nome de uma avenida em homenagem ao Cidadão Kane brasileiro. É de Marta também o projeto da ponte estaiada, concluído com euforia pela gestão Serra-Kassab e transformado antes do nascimento em “cartão postal da cidade”. Coincidentemente, o “cartão postal” fica ao lado da sede da emissora, construída no maior foco recente de especulação imobiliária, a chamada “região da Berrini”. A principal função da ponte é servir de cenário para o telediário oficial da cidade, o SPTV, exibido pela emissora dos Marinho.

O projeto de exibir conteúdo de uma emissora de televisão dentro de um espaço que, em última instância, pode ser chamado de “público” (o ônibus) é uma afronta ao bom senso e uma cusparada na cara de quem usa o (ainda) péssimo transporte público sobre pneus. Transformar um direito (o transporte) em veículo de colonização mental e tele-imbecilização compulsória é repugnante. Mais assustador ainda se considerarmos que o direito ao transporte é vendido ao cidadão.

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arte: cc tele-tubbies
[versão alternativa]

A inciativa da Globo não é única, ela apenas se antecipou à concorrência. Outras emissoras, como Record e Bandeirantes, também tem planos para utilizar os ônibus como veículo de tele-idiotização em massa. Sendo o transporte coletivo sobre pneus em São Paulo um grande negócio, e não um direito da população, é difícil imaginar que as iniciativas não irão vingar.

Uma televisão compulsória deve ser o sonho de todo canal de televisão na era da fragmentação digital. E certamente é mais um passo para a materialização de sonhos totalitários recorrentes na história humana.

vídeo Muito além do Cidadão Kane – a história do monopólio global
Televisores invadem ônibus de São Paulo
TVO continua a invasão privada aos ônibus de SP
TV Out, propagandas em ônibus avançam

Crise econômica e meio ambiente

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edward burtynky / adbusters

“Um conflito: será que os princípios auto-regulatórios dos mercados que emergiram nas culturas humanas durante os últimos 300 anos estão em conflito com os princípios auto-regulatórios dos ecossistemas que evoluiram ao longo dos últimos bilhões de anos?”

Adbusters, edição “controle de pensamento na Economia”.

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“A sua economia precisa de você consumindo”

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“querido(a), vamos nos afundar em dívidas”

Ciclofaixa você mesm@

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A imagem acima é da exposição virtual “Do It Yourself – The Revolution Starts with You” (Faça Você Mesmo – A revolução começa com você), que ficou em cartaz durante o mês de maio nas telas informativas do metrô de Toronto, Canadá.

As imagens, feitas por mais de uma dezena de artistas, mostram uma série de momentos em que a sociedade de Toronto botou a mão na massa para resgatar as ruas, questionar a centralidade do automóvel e promover as alternativas à imobilidae sobre quatro rodas.

Uma parte das ações pode ser vista no site da Urban Repair Squad. Vale uma visita também ao Bike Lane Diary e ao Toronto Cranks, dois sites de reflexões e articulações para superar a sociedade do automóvel em uma das cidades mais interessantes e multiculturais da América do Norte.

Audiências do Plano Diretor

No final de Junho, a Justiça havia concedido uma liminar interrompendo o processo de “revisão” do Plano Diretor. Pouco tempo depois, a liminar foi cassada e o processo de aprovação do projeto 671 está novamente em curso.

A Prefeitura pretende aprovar o novo plano até o final deste ano, até porque uma série de obras, como as novas pistas da Marginal Tietê, podem ser consideradas ilegais se o atual Plano Diretor continuar em vigor.

Além de (rios de) dinheiro, o tempo também conta para a eficácia do projeto eleitoral estratégico para o trânsito de São Paulo: com a construção de túneis, pontes, novas pistas e as restrições a tudo que atrapalha o transporte individual motorizado, o objetivo é deixar trânsito (de automóveis) “uma maravilha” na metade do ano que vem, pouco antes das eleições.

Com a revogação da liminar, as audiências públicas acontecem a todo o vapor a partir desta semana. Confira abaixo os locais e datas das primeiras audiências, ou veja o calendário completo no site do Movimento Nossa São Paulo.

03/08/2009 – 19:00 h – REGIÃO CENTRO
Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo.
Rua Genebra, 25 – Centro

04/08/2009 – 19:00 h – REGIÃO OESTE
SESC Pinheiros.
Rua Paes Lemes, 195 – Pinheiros

05/08/2009 – 19:00 h – REGIÃO NORTE
SESC Santana.
Av. Luiz Dumont Villares, 579

08/08/09 – 10:00 h – SÃO MIGUEL
CEU TRES PONTES
Rua Capachos, s/n – Jardim Hlena

08/08/09 – 15:00 h – CIDADE TIRADENTES
CEU INÁCIO MONTEIRO
R. Barão Barroso do Amazonas, s/nº

09/08/09 – 10:00 h – SÃO MATEUS
CEU SÃO MATEUS
Rua Curumatim, 201 – Parque Boa Esperança

09/08/09 – 15:00 h – ERMELINO MATARAZZO
USP LESTE
Av. Arlindo Bettio, 1.000 – Auditório Azul

Sete anos (e alguns meses) de Bicicletada em São Paulo

BICICLETADA MOBilidade

[bicicletada de julho em São Paulo]