Raloim do Saci na Bicicletada de Outubro

bicicletada de outubro
arte: Polly

As Bicicletadas do mês de outubro são sempre muito animadas. Na América do Norte, o Dia das Bruxas faz a massa crítica virar um verdadeiro carnaval, com milhares de participantes em várias cidades.

Em São Paulo, terra de modernistas e antropofágicos, a Bicicletada de Outubro irá resgatar mitos e lendas brasileiros no Raloim do Saci.

Pererê, Trique, Saçurá, Mula Sem Cabeça, MBoitatá, Homem do Saco, Curupira, Iara, Lobisomem, Bicho Papão, Cuca e até a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo já confirmaram presença.

Venha fantasiado, traga seu veículo não-motorizado e participe desta festa na primeira noite de lua cheia. Bruxas e fantasmas também são bem-vindos (mas cuidado: o Saci brincalhão costuma aprontar com estrangeiros).

As atividades lúdico-educativas começam às 18h, na Praça do Saciclista.

Às 20h, um pedal-festivo para esconder o trânsito.

convite animado
panfletos e cartazes
relatos, fotos e vídeos
lista de discussão (cadastramento)
massa crítica – wikipedia
sobre o Saci
mais sobre o Saci

Pequenos grandes consumidores

Eco-Barbie

Trabalho infantil, pedofilia e crianças fumando crack aos 11 anos são realidades que escandalizam e comovem as sociedades ocidentais.

Curioso é notar que crianças e adultos manifestam desejos e comportamentos cada vez mais parecidos. Enquadrados pela cultura do “ter é ser”, crianças de 40 anos e adultos de 12 são vistos da mesma forma pelo mundo corporativo: consumidores em potencial.

crianca_carro_celular3.jpg

caixa de brinquedo educativo: gulp

Propagandas com “bichinhos” anunciando cerveja, design infantilizado de produtos, apelos sexuais em publicidade de brinquedos e estimulo à competitividade no ensino básico são características da mesma enfermidade, transformando serial-killers em escolas primárias e pedófilos de 50 anos em faces da mesma moeda.

psycho
contra-publicidade: adbusters, n.70

“Nossa mídia infestada de anúncios, cheia de violência e eroticamente carregada é uma das causas da crescente doença”

automóvel kids com “tecnologia acalma criança”

Bicicletada da Lapa – outbro

pedalante

foto: pedalante

relato e fotos no Pedalante

Por que as ciclofaixas foram pintadas?

Por que ciclofaixas?

Desde o final de agosto, ciclistas paulistanos vêm pintando bicicletas no asfalto da capital. Na lista da Bicicletada, perguntaram “por que as ciclofaixas foram pintadas?”. Confira algumas respostas:

– Pintamos por que simplesmente elas não existiam – se existissem, criadas pelos órgão públicos e fossem comuns nas ruas, os ciclistas estariam preocupados com outras ações.

– Pinto porque é líquido, se fosse sólido pedalar-o-ia.

– Para abrir os olhos da sociedade, povo, populares. Como quiserem definir. Porque através desse manifesto, eles pensam “Não estamos sozinhos”

– Pela segurança dos ciclistas, para lembrar que eles existem e que os carros devem tomar cuidado ao passar por eles. Abrir caminhos para que o futuro não seja um lugar cheio de carros, fumaça e agressividade na cidade e para que a bicicleta enfim tenha o seu lugar respeitado no trânsito, como meio de transporte digno dos habitantes de uma urbe.

– Porque as bicicletas estão entre as mais belas invenções humanas, além de meio transporte, são arte.

– Nós não pintamos, elas sempre existiram mas ninguém as via.

– Porque somente o rei se enxerga pelado. Todos os demais vêem suas roupas.

– Pedalai-vos uns aos outros que cicloviaremos

– Para que juntos possamos viver e também pedalar em uma cidade mais humana e justa. Outro mundo, sim, é possível!

– Por que os motoristas são donos dos carros, não das ruas.

Videoreportagem da Renata Falzoni sobre as bicicletas no asfalto
Sinalizando as ruas para democratizar o espaço
Urban Repair Squads International

Brasil – Canadá

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=bMiWZ4UsHyg]

“La fuga di olmo”, o vídeo acima, é a primeira produção audiovisual do colega Martino, um canadense de Toronto que há cinco anos começou a documentar as condições de mobilidade urbana e a cultura da bicicleta em sua cidade.

Martino é autor do Bike Lane Diary, um blogue irmão do apocalipse motorizado. Não apenas pelo conteúdo (bem) escrito de forma livre, mas pelo estímulo à construção de articulações reais para mudança dos paradigmas de mobilidade e vida nas cidades.

Na última semana, Martino resolveu abrir o seu espaço para outros autores. Projetos pessoais em curso e a certeza de que a “massa crítica” está cada vez maior e já caminha por conta própria.

Fui convidado e aceitei colaborar com o Bike Lane Diary. Mais um espaço de articulação, discussão e promoção de um outro mundo possível. Os textos por lá são em inglês, mas vale a pena dar uma olhada sempre.

Em breve o apocalipse motorizado deve seguir a mesma direção do irmão canadense, abrindo espaço para outros colaboradores, expandindo as fronteiras e potencializando as articulações para superar a sociedade do automóvel.

Pedestre não mata motorista

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Sinais disciplinadores de trânsito só existem porque existem veículos. Pedestres não estão sujeitos a contra-mão, limites de velocidade ou restrições para estacionarem seus corpos.

Uma colisão entre dois pedestres pode resultar, no máximo, em um xingamento (ainda que em 98% dos casos o “acidente” termine com um pedido de desculpas, atitude rara no mundo motorizado).

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Bicicletas e outros veículos a propulsão humana também machucam pedestres, especialmente se confinados em parques, ciclovias de lazer ou calçadas lotadas.

Pedestres, ciclistas, skatistas e patinadores conviveriam em harmonia se as cidades fossem livres de veículos motorizados sobre pneus (já que trens e bondes são previsíveis, oferecendo menos riscos aos demais ocupantes das ruas).

Ainda que a sinalização de trânsito tenha surgido na época das charretes e carruagens, a idéia de segregar pedestres em calçadas só se tornou imprescindível com a popularização de outro veículo privado de grande porte: o automóvel. Antes dele, as ruas eram de todos.

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, cabe ao condutor do veículo maior zelar pela segurança do menor. E todos devem tomar muito cuidado com a vida de quem não está usando nenhum veículo.

cadê a faixa que estava aqui?

A educação e a engenharia de trânsito deveriam seguir o mesmo princípio: evitar que os motoristas de veículos “perigosos” atentassem contra a vida dos demais seres humanos.

Em São Paulo, no entanto, a prática tem sido exatamente oposta. Nunca houve tanto desleixo com a pintura e manutenção das faixas de pedestre, que estão simplesmente desaparecendo em boa parte da cidade.

“Para não atrapalhar o trânsito”, a capital paulista segue como uma das metrópoles com menos semáforos de pedestres do mundo.

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A mais recente medida de proteção dos pedestres segue a cartilha da novilíngua bushiana. Os dispositivos anti-pedestres para a segurança de pedestres se espalham com velocidade pela capital.

Um bocado de dinheiro tem sido gasto em grades e cercas para evitar que os perigosos pedestres atravessem fora dos locais designados pelos “especialistas”.

Se a cidade estivesse cheia de semáforos nas esquinas, com faixas em boas condições, motoristas educados e agentes de trânsito punindo quem desrespeita a preferência dos pedestres, as grades seriam apenas um detalhe.

Em São Paulo, no entanto, as estruturas anti-pedestre se apresentam como mais um desvio de foco dos administradores das ruas. Desperdício de dinheiro público que passa longe de atingir as causas da carnificina motorizada.

o pedestre que se dane
perigosos pedestres

Cartazes em Belo Horizonte

evolução

cartaz: José Alvaro

No Dia Mundial Sem Carro, o Mountain Bike BH realizou, pelo segundo ano consecutivo, um concurso de frases e cartazes sobre o tema. Idéias e arte para superar a sociedade do automóvel.

O grupo de Belo Horizonte também realizou um desafio intermodal. O relatório da atividade pode ser conferido aqui.

cartazes no MountainBikeBH
concurso de 2006

Contra a propaganda automobilística

fora da linha

Texto de Sérgio Augusto no caderno “Aliás” de ontem:

“Proibir a comercialização de birita nas rodovias e dar um chega-pra-lá naqueles comerciais idiotas, que associam cerveja e outros drinques a praias, bundas e marombeiros, é, sem dúvida, um bom começo. Mas o problema é mais complexo. E quem beber além dos 50 metros da rodovia ou em casa, antes de pôr o pé na estrada? E por que não investir contra os comerciais de automóveis? Afinal de contas, eles só se preocupam com promover a potência dos motores, incentivando os machões do volante, que não são apenas aqueles que entornam antes de dirigir, mas também os abstêmios que cantam pneu no asfalto, ultrapassam sinais, participam de pegas e serpenteiam em alta velocidade por ruas e estradas, como se estivessem numa pista de Fórmula 1.

Nos últimos dez anos, 327.469 pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil. A média anual é de 35 mil mortos. São números de guerra, incrementados por motoristas alcoolizados (que, se for promotor, como Wagner Juarez Grossi, que no dia 7 matou um casal e uma criança, em Araçatuba, não vai preso), irresponsáveis com as costas largas (como o professor de educação física Paulo César Timponi, que apesar de envolvido na morte de três mulheres, num acidente em Brasília, beneficiou-se, na segunda-feira, de um habeas-corpus concedido pela desembargadora Sandra de Santis), e pela incúria dos órgãos públicos.”

Dirija fora da linha – Panóptico

Gosto é gosto

“Até quem gosta do ronco dos motores vai precisar de protetores auriculares. Independentemente do lugar em que você esteja no autódromo, o barulho é ensurdecedor”.

“Não há fórmula para assistir à corrida, mas fique tranqüilo, você vai enxergar os carros – eles não vão paracer manchas.”

Dicas do suplemento especial do Estado de S.Paulo para quem vai assistir à apologia da velocidade e do desperdício no próximo domingo, em São Paulo.

Johnny Driver
Manifesto contra a fórmula 1 na França

Passeio Ciclístico Ascobike – Mauá

ascobike

foto: Jonas Hagen

A Ascobike (Associação dos Condutores de Bicicletas de Mauá) realiza seu primeiro passeio ciclístico neste domingo (21).

A saída está marcada para as 9h da manhã, em frente ao pátio da SSU.

Inscrições a partir das 8h, mediante doação de 1kg de alimento não perecível.

informações sobre a Ascobike