
Atenção ciclistas malucos de plantão: sexta-feira (09) tem a segunda edição do Atravecity, uma corrida diferente nas ruas de São Paulo. Veja mais informações aqui.
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Atenção ciclistas malucos de plantão: sexta-feira (09) tem a segunda edição do Atravecity, uma corrida diferente nas ruas de São Paulo. Veja mais informações aqui.
Acima a criativa propaganda da Veja São Paulo: “o que o paulistano fez nos últimos 20 anos, além de ficar parado no trânsito”. Sem comentários….
Hoje fui comprar o Estadão na banca e o jornaleiro disse “cara, passou de R$3,50 para R$4,00 aos domingos”. Perguntei: “e a Folha?”. “Adivinha? A mesma coisa”, ele disse…
Isso que é livre concorrência, também conhecida como “cartel” nestas bandas tropicais.
18h30: milhares de estudantes, professores e funcionários da USP, Unesp e Unicamp protestam na av. Paulista contra o veto do governador Geraldo Alckmin ao aumento de verbas para as universidades públicas. (veja fotos do ato aqui: [1], [2])
Em atitude inédita, os manifestantes ocupam apenas as três pistas de carros, deixando livre o corredor de ônibus.

21h30: chove forte em São Paulo.

23h: a tempestade lava a cidade, dispersando a poluição e jogando a fuligem para as galerias de esgoto (rios Tietê e Pinheiros).
São Paulo respira aliviada depois de uma longa estiagem que levou a cidade ao estado de atenção no quesito qualidade do ar. Repare na nitidez da foto acima: o céu ficou limpo, claro, transparente… pelo menos até o próximo dia sem chuva, quando milhões de escapamentos voltarão a despejar seus dejetos tóxicos na atmosfera.
(essa circulou em uma lista na internet)
Dois animais encontraram-se no meio de uma estrada que passava ao lado de uma floresta. Um era um quadrúpede e atravessava lentamente a estrada. O outro estava dentro de um belo, grande e veloz automóvel e ao ver o quadrúpede na estrada, foi obrigado a dar um freada brusca para não atropelá-lo.
O animal do automóvel buzinou, piscou o farol, gritou, mas não conseguiu alterar o ritmo do animal que atravessava a estrada. Quando finalmente o quadrúpede entrou floresta adentro, o animal do automóvel partiu em disparada e tendo uma curva logo a sua frente, saiu da estrada, capotou e morreu.
O quadrúpede, dentro da floresta, encostou-se ao pé de uma grande árvore e foi dormir.
MORAL DA HISTÓRIA:
Quem é o asno?

(clique na foto para ampliá-la)
Já ouvi dizer que o Denatran considera absolutamente legal a situação acima.
Além de ocupar uma boa parte da calçada, os carros-forte permanecem sempre estacionados com seus motores ligados. Ou seja, o pedestre que passa pelo local é obrigado a se espremer e ainda recebe uma baforada de diesel queimado na cara para alegrar o seu passeio.
Mas não devemos achar isso um absurdo, afinal os carros-forte transportam algo muito mais importante do que os seres humanos.
“Hummer é coisa de viado”, diz a foto acima. “SUV é coisa do passado”, afirma a propaganda do mais poderoso veículo militar a disposição de qualquer civil que tenha 750 mil dolares no bolso.
Trata-se do Bad Boy Heavy Muscle Truck, que está “pronto para as ruas” como afirma o site da fabricante, a empresa texana Homeland Defense Vehicles.
“O Bad Boy é a versão Conforto de um veículo tático construído para o Exército Americano”.
“Para quem busca aventura e quer o máximo em proteção e segurança, o Bad Boy pode ser equipado com filtros na cabine para proteger os ocupantes de ameaças biológicas e nucleares”.
A empresa também afirma que pretende vender 50 unidades ainda em 2005.
Achou exagero, acha que ninguém vai comprar um caminhão desse para andar nas ruas? Pois então dê uma olhada na foto abaixo. É o Hummer, veículo militar do tipo SUV que encanta endinheirados e amedrontados ao redor do mundo. Só nos EUA a empresa vende cerca de 30 mil unidades por ano de seus modelos. O modelo mais popular, o H2, que custa US$50 mil, faz a surpreendente média de 4km por litro de gasolina.
Ou seja, o mesmo veículo que garante a supremacia militar dos EUA nas guerras por petróleo é também o que mais consome combustível em todo o planeta. Com tamanho desperdício, fica clara a necessidade da guerra para alimentar os automóveis. E também da venda de automóveis, para alimentar a guerra.
O Estadão da última segunda (22) trouxe notícias sobre mais um suposto escândalo de corrupção (quantas vezes, caro leitor, você viu a palavra suposto nos últimos tempos?). Desta vez envolvendo o serviço de emplacamento e lacração do Detran paulista, que movimenta R$3,5 milhões por mês.
Apenas duas empresas prestam serviços ao Detran em todo o Estado. Há 7 anos elas operam sem uma licitação válida.
Como em todo bom serviço público concedido à iniciativa privada no Brasil, o que impera são os cartéis, arranjos familiares, laranjas e, claro, liminares e mandados judiciais que tornam legais as maracutaias com o dinheiro público.
São escabrosas as ligações familiares entre os donos das várias empresas que participaram das últimas licitações, realizadas em 1998 e 2001. As duas licitações foram sabotadas por ações judiciais que se arrastam há anos ou por desistência misteriosa da empresa vencedora. Suspeita-se ainda que o próprio Detran tenha feito propositalmente editais que permitissem longas pendengas judiciais para beneficiar a máfia.
O jornal levanta ainda uma suspeita de sonegação fiscal que pode chegar a R$2 milhões. Segundo a reportagem, as taxas de lacração e emplacamento são pagas diretamente às empresas e não recolhidas ao Estado para depois serem distribuídas aos concessionários. Com este procedimento, fica fácil deixar de emitir notas fiscais e, conseqüentemente, deixar de recolher impostos.
Os donos das empresas não serão presos, mesmo se as denúncias forem comprovadas. Continuarão a desfrutar da boa vida emplacando carros, mudarão os nomes das empresas, colocarão laranjas nos cargos diretivos e, certamente, evitarão o trânsito dos veículos emplacados por suas empresas com helicópteros financiados pelo dinheiro público.

Imperdível.
Em cartaz no Reserva Cultural (av. Paulista, 900), às 16h e 20h.
Leia a resenha.