Em Florianópolis tem bicicletada

Sexta-feira (30) é dia mundial de ocupação sustentável das ruas.

É dia de Bicicletada!

Em Florianópolis, a concentração acontece a partir das 18h, em frente à Concha Acústica da UFSC. A saída está prevista para as 19h.

Dúvidas, críticas ou sugestões? Entre em contato com o povo de lá: bicicletada.floripa[em]gmail.com.

Se preferir, participe da lista de discussão da Bicicletada de Floripa. Cadastre-se mandando um email para bicicletada-floripa-subscribe[em]yahoogrupos.com.br.

Ou então visite a comunidade Bicicletada Floripa no Orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=52284969.

E não se esqueça: sexta-feira, 30 de maio de 2008, dia de massa crítica pelo mundo.

bicicletada de abril em floripa

Espelho ou lanterna?

A tirinha é do Malvados.

E um texto que recebi por email:

“Não ande de bicicleta!

A poderosa Rede Globo e muitos outros interesses difusos não querem que você escolha a bicicleta como meio de transporte no seu dia-a-dia.

Na última semana, entre 12 e 17 de maio, o Jornal Bom Dia Brasil e o Jornal Nacional, ambos da tevê Globo, apresentaram uma série de reportagens sob o título “Transporte nas nossas cidades – Problemas e Soluções”. E nos intervalos dos jornais, dezenas de anúncios de automóveis, gasolinas, pneus, amortecedores, lava – rápidos, estradas, seguros… (sic)

Políticos, autoridades e especialistas da área foram ouvidos para legitimar a matéria. Experiências de transportes coletivos em algumas cidades do Brasil, Europa e EUA também foram divulgadas para serem copiadas. No geral, abordagens superficiais que não botavam o dedo na ferida, maquiando e postergando um seriíssimo problema de ordem social, saúde, econômica e ambiental, que, tudo indica, não vai demorar muito para explodir.

Mas, o incrível, risível nas reportagens, levando em conta que atravessamos um hipócrita e cínico modismo verde, o desenvolvimento (in)sustentável, é que em nenhum momento a bicicleta foi apresentada como alternativa a “ditadura dos veículos motorizados”. Simplesmente esse meio de transporte foi esquecido, escondido. Propositalmente?

Cabe registrar ainda que, muito menos, o hábito primitivo e selvagem de andar, caminhar, foi mencionado nas matérias. Até parece que nossos pés não são mais um meio de transporte. Aliás, a última moda nos EUA é se locomover de “walk machine”, um tipo de patinete motorizado individual. Como o ser humano é imbecil! Ao invés de resolver os problemas, ele cria mais problemas numa progressão aritmética.

A coisa está tão absurda, que em muitos lugares do mundo, o fato de uma pessoa não possuir um carro, ela já é considerada pobre.

Essa série de reportagens da tevê Globo foi tão surreal, que em uma das entrevistas, numa avenida, um urbanista de Curitiba apontava essa cidade como modelo de transporte público de qualidade, e exatamente atrás dele aparecia uma placa com a mensagem “proibido andar de bicicleta”. Eu fiquei imaginando se aquela tomada foi feita intencionalmente. Será?

Frente ao caos do trânsito, do crítico transporte coletivo, do colapso iminente dos sistemas viários nas cidades, da crescente produção e circulação de veículos leves e pesados, da ocupação de espaços vitais, poluição do ar, entre outros fatores advindos da indústria automobilística, a única alternativa plausível é decretar uma moratória na fabricação de carros, efetivamente interromper essa caminhada que está levando o Planeta para a destruição.

Não há outra saída, remendos ou paliativos, é parar ou seguir motorizados até a morte. E tudo leva a crer que a opção dos governantes, grandes empresários, alimentados pela omissão da sociedade, é seguir pela estrada da morte. E pouco importa se vamos a pé, de bicicletas, carros “verdes” com autorização do Ibama, movidos com algum tipo de energia “limpa”, ou nos transportes públicos de “qualidade”… O mundo “modernizante” nos levará para o colapso, a morte! Já estamos indo…

Ah, por que será que o governo Lula, governos estaduais e municipais, concedem linhas de créditos, terrenos, benesses fiscais para a riquíssima indústria automobilística?

Por outro lado, alguém já viu algum político profissional, ou poderoso empresário, usar regularmente os transportes coletivos?

Putz, nem falei do transporte aéreo, marítimo… (sic)

Enfim… Viva a mediocridade! Viva a tapeação! Viva os cerca de 7 bilhões de habitantes da Terra!

Mas a Natureza se vingará, já está se vingando…”

Moésio Rebouças

O culpado da vez

Maio, 1968 – um recorte

Fotos encontradas aqui.

Uma bela coleção de cartazes aqui.

(Links: Cibol e Polly)

Ciclozine – número zero

Um computador com sofware livre, algumas cabeças e uma máquina de xerox.

Voilà: habemus fanzine! Ciclozine!

Faça o download da frente e do verso.

Imprima, copie, dobre e distribua por aí.

II Desafio Intermodal em Curitiba

Na próxima quarta-feira (28), um grupo de cidadãos de Curitiba realiza a segunda edição do Desafio Intermodal na cidade. A primeira edição paranaense aconteceu em 2007 e teve a bicicleta como grande vencedora.

O desafio intermodal não é uma corrida para ver quem vence o congestionamento de carros, mas sim uma forma de avaliar a qualidade e o tempo dos deslocamentos urbanos.

O primeiro intermodal brasileiro aconteceu no Rio de Janeiro, organizado pela Associação Transporte Ativo, em Setembro de 2006. Iniciativas semelhantes aconteceram também em São Paulo, Santo André, Brasília.

artigo “Desafios Intermodais” nos Cadernos Técnicos da ANTP
Existe mobilidade além do carro – 2o Desafio Intermodal em SP (2007)

In memoriam, SP

foto: fourier

Em 2006, 84 ciclistas morreram nas ruas de São Paulo. Somados às centenas de pedestres, motociclistas e alguns motoristas, o número de vidas  perdidas chegava à média de 1500 por ano  (antes do “boom motorizado” de 2007 e 2008).

Todas as vítimas estavam apenas indo de um lugar para o outro. Não foram vítimas de atentado, crime ou má intenção de seu algoz, apenas morreram “acidentalmente”, um efeito colateral das maravilhas do motor.

Os números mais recentes de ciclistas mortos não são conhecidos, não estão em nenhum site oficial ou matéria de jornal.

O crescimento do número de mortos em indicadores famosos, como as mortes nas estradas em vésperas de feriados, leva à conclusão que o número de ciclistas mortos a cada ano está crescendo junto com o número de veículos motorizados que entram em circulação.

Até porque as políticas de restrição ao impacto causado pela motorização não mudaram quase nada desde 2006.

Os limites de velocidade seguem absurdos, a impunidade não deixou de vigorar e o foco das autoridades e planejadores continua sendo arrumar espaço para os carros, e não garantir os direitos das pessoas.

Av Água Espraiada, suas 10 pistas e o limite de velocidade anti-humano.

Aqui jaz uma cidade.

“Vítima de seus habitantes, dos interesses das elites locais e internacionais, da corrupção, dos motores e do pouco caso com os recursos naturais, morreu em 10 de maio de 2008 a cidade de São Paulo.

Neste mausoléu cercado por bunkers de concreto e aço, vigiados por câmeras de segurança e de tevê, aromatizado pelo chorume dos nossos dejetos, foi enterrado o último elo de ligação com os princípios da convivência, diversidade, paz e equilíbrio com a natureza. Fracassamos.”

Concentração no estilingão.

Era cedo. Esperamos, mas nada dos carros.

Depois eles começaram a passar

Lamentamos.

Parou.

Panfletamos.

foto: andré

E pedalamos.

foto: andré

Até a Praça.

foto: andré

De volta pra casa, escapando das máquinas desgovernadas. Noites selvagens são mais freqüentes às sextas, sábados ou vésperas de feriado.

A não existência do transporte coletivo durante a noite cria duas situações já banalizadas: o confinamento proposital das periferias para “além-rios” e a transformação das ruas em locais de velocidade e morte.

Quem tem carro pode sair de casa nas noites de São Paulo. Quem não tem, deve voltar cedo para casa ou esperar até o dia seguinte. Afinal, as ruas são muito perigosas, cheias de acidentes acontecendo em cada esquina.

ciclobr – relato e fotos
ciclobr – fotos
ciclobr – vídeo
fourier – fotos
jornal da tarde – matéria
lilx – fotos
luddista – fotos
tessie – fotos
tessie – vídeo 1
tessie – video 2
vá trabalhar, vagabundo – vídeo (vadebike)

A roda

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=HdfQIsxWwQU]

ou para download no archive.org

Corrida de tartarugas

reproduzido do Omelete

Na sexta-feira retrasada (09), mais um produto cultural de massa chegava às telas para alimentar mentes de crianças e adultos com a fantasia da velocidade motorizada. Enquanto o blockbuster Speed Racer estreava nas telas, a cidade batia mais um recorde de congestionamento: 266km de ruas paradas.

Vale lembrar que apenas 850km dos cerca de 18 mil km de vias existentes na cidade são monitorados.

Ou seja, enquanto as telas mostravam carros imaginários a 300 km/h, quase um terço da cidade real estava entupida de máquinas paradas queimando combustível que não é misterioso nem ecológico.

No dia seguinte, a insistência paulistana em privilegiar o automóvel inaugurou mais uma ponte para um futuro suicida. Sob protestos, a fantasia milionária da Ponte Estaiada entrava em cartaz para entorpecer o motorista paulistano com a ilusão de liberdade.

Mais uma vez a realidade superou a imaginação: no primeiro dia útil de funcionamento, a Ponte Estaiada virou Ponte Estagnada. Mais uma obra milionária para ligar um congestionamento ao outro.

Hoje é véspera de feriado, dia em que os paulistanos montam em suas máquinas para levar o congestionamento, o barulho e a poluição para outras cidades. Uma grande chance para batermos mais um recorde. Como diria aquele candidato: “juntos chegaremos lá”.

Pedal do silêncio – quarta-feira (21) – SP e BH

arte: rex / no pedalante

pedal do silêncio em são paulo
pedal do silêncio em belo horizonte
ride of silence (eua)
ride of silence (reino unido)

Nossa Luz

foto: gira

Na semana passada, cerca de 30 pessoas aceitaram o convite do coletivo P.I. – Política do Impossível e do Fórum Centro Vivo e participaram de uma caminhada iliuminada pelo centro de São Paulo.

Partindo da estação da Luz, os caminhantes com velas e lanternas seguiram até os dois primeiros quarteirões desapropriados e demolidos pelo que se convencionou chamar de “Projeto Nova Luz”.

Dois quarteirões varridos do mapa. Dezenas de prédios onde moravam ou trabalhavam centenas de pessoas.

A lógica do “Nova Luz” é a mesma que motivou o extermínio dos calçadões do centro: adequar a região para atender interesses privados, varrendo os “problemas” para debaixo do tapete ou para algum lugar bem longe do centro.

No meio dos escombros, os caminhantes acenderam velas e perguntaram: por que apagar uma luz para botar outra em seu lugar?

cmi (texto e links)
contraponto e fuga (texto e fotos)
daniel lima (fotos)
gira (texto e fotos)
isaumir nascimento (fotos)
peetsa (fotos)
pi (vídeo)
xico sá (texto antigo)