Não tenho, nem quero ter

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A cretinice desta propaganda começa pelo nome do carro: Fiat Stillo.

O modelo é dedicado ao automobilista Michael Shumacher, indução perigosa ao excesso de velocidade (maior responsável pelos acidentes fatais).

A propaganda segue com o hábito colonizado de quem não sabe ler nem escrever em seu próprio idioma, mas adora colocar uma palavra em inglês para dar um toque de Primeiro Mundo ao seu analfabetismo: Fiat Stillo Schumacher “Season” (temporada) 2005.

O “gran finale” fica por conta do slogan: “Fiat Stillo: ou você tem, ou você não tem”.

Sexta tem Bicicletada – Olé na chuva!

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(arte: pedalero)

A chuva lavou São Paulo mas não levou a Bicicletada!
Bicicletada extraordinária: vamos dar um olé na chuva!

O que é?

A Bicicletada é uma pedalada mensal para celebrar e reivindicar os direitos e o espaço de quem usa transporte não-motorizado nas ruas.

Quando?
Desde a sua 32a edição, a Bicicletada paulistana passou a acontecer sempre na última sexta-feira de cada mês, em sincronia com os movimentos de Massa Crítica (critical mass) ao redor do mundo. A 33a edição da pedalada foi prejudicada pelo maior temporal dos últimos 37 anos (veja o relato aqui). Mas não desistimos: estamos de volta na próxima sexta-feira (03/06), às 18h, Paulista X Consolação (ao lado da casinha de polícia).

Como participar?
O único requisito é estar munido de um veículo não-motorizado (bicicleta, patins, patinete, etc).
* É altamente recomendado usar o equipamento de segurança básico (capacete, luzes ou refletores).

O que levar?
Na Bicicletada, hierarquia e burocracia são substituídas por xerocracia. O site da Bicicletada tem um arquivo de panfletos. Imprima, tire xerox e venha para a rua. Se preferir, crie a sua mensagem e traga para o encontro. Vale ainda fazer placas, faixas, música e o que a sua imaginação permitir.

Venha participar desta festa por uma cidade mais agradável, menos poluída e menos agressiva.

Ocupe a rua, ela também é sua!

Oswaldo Nascimento, bicicleteiro cartográfico

mapograf
Outro dia estava procurando uma rota no guia Mapograf e me deparei com uma história sensacional.

Para desenhar o primeiro guia de ruas de São Paulo, o cartógrafo Oswaldo Nascimento percorreu 8.600 vias da capital munido de lápis e papel. Seu veículo? Uma BICICLETA, claro!

Nascimento publicou sua obra em 1947 e faleceu em 1988. Hoje O Guia Mapograf é o mais completo guia de ruas da cidade.

Na primeira versão da Melhor Planta de São Paulo, Nascimento fez também o levantamento topográfico das ruas percorridas.

Infelizmente a topografia foi eliminada e hoje não existe nenhuma publicação que combine rotas e relevo. Tal publicação facilitaria bastante a vida dos milhares de ciclistas urbanos. Conhecer a melhor rota é fundamental para circular de bicicleta, principalmente em uma cidade cheia de montanhas e vales como São Paulo.

Não morra por causa do trânsito

desfibrilador

“Depois de uma parada cardíaca, você tem 5 minutos para ser socorrido. Uma ambulância geralmente demora mais”.

Esse é o slogan de um anúncio um tanto incomum: um desfibrilador da Phillips.

Diversas pesquisas ao redor do mundo afirmam que o estresse causado pelo trânsito e a poluição atmosférica agravam a chance de problemas no coração.

Novamente a velha lógica: proteja-se da estupidez de sua própria espécie.

São Paulo, São Pedro e São Cristóvão


fotos: João Campos, luddista e taxista amigo

São Paulo não gostava muito de bicicletas. Mesmo assim, parecia admitir um grupo cada vez maior de ciclistas se organizando para conseguir um pouco de tranquilidade nas ruas da cidade que leva o seu nome.

São Cristóvão, padroeiro dos motoristas, estava inconformado com a tolerância de Paulo. Ficou preocupadíssimo com a 33a bicicletada, que aconteceria na véspera de um feriado e prometia reunir um grupo numeroso de ciclistas criativos.

O padroeiro dos motorizados, depois de muito argumentar com Paulo, viu que gastava saliva em vão. Paulo estava até gostando da “magrela”.

Cristóvão, indignado porque 25 é o seu dia, teve uma idéia. Chegou até São Pedro e disse: “Pedro, te empresto minha BMW por uma semana se você fizer cair a maior tempestade do ano na cidade do Paulo”. Pedro, imaginando o status e as mulheres prometidas pelos comerciais, fez chover durante dois dias na capital. O maior temporal dos últimos 37 anos.

Mesmo assim, quatro relutantes ciclistas desafiaram as áugas de Pedro e celebraram o transporte não motorizado Foi a mais feliz bicicletada que não aconteceu.

Mesmo debaixo d´água, nossa mensagem estava lá.

Lá pelas 7 da noite, a chuva deu uma trégua e conseguimos tirar esta foto.

Em junho tem mais. Nossa Senhora do Ghisallo, a santa protetora dos ciclistas, prometeu que vai levar São Cristóvão para dar uma voltinha de bicicleta.

relato com mais fotos em mireveja.cjb.net

33a Bicicletada de SP – amanhã (qua), 18h

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(arte: pedalero)

O que é?
A Bicicletada é uma pedalada mensal para celebrar e reivindicar os direitos e o espaço de quem usa transporte não-motorizado nas ruas.

Quando?
Desde a sua 32a edição, a Bicicletada paulistana passou a acontecer sempre na última sexta-feira de cada mês, em sincronia com os movimentos de Massa Crítica (critical mass) ao redor do mundo. Desta vez, em virtude do feriado, a Bicicletada foi antecipada para a próxima quarta-feira (25), às 18h.

Como participar?
O único requisito é estar munido de um veículo não-motorizado (bicicleta, patins, patinete, etc).
* É altamente recomendado usar o equipamento de segurança básico (capacete, luzes ou refletores).

Na Bicicletada, hierarquia e burocracia são substituídas por xerocracia. O site da Bicicletada (www.bicicletada.org/sp) tem um arquivo de panfletos. Imprima, tire xerox e venha para a rua. Se preferir, crie a sua mensagem e traga para o encontro. Vale ainda fazer placas, faixas, música e o que a sua imaginação permitir.

Venha participar desta festa por uma cidade mais agradável, menos poluída, menos agressiva.

Ocupe a rua, ela é sua!

Nova seção: bem-vindo, ciclista

Bem-vindo, ciclista: um guia de locais que já se adequaram ao futuro das cidades e contam com estacionamento para bicicletas.

33a Bicicletada São Paulo

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(arte: pedalero)

:. porque a rua é de todos!

mais informações: www.bicicletada.org

Mais duas vítimas dos automóveis.

Ontem morreram atropelados dois ciclistas que treinavam na rodovia dos Bandeirantes. O :.apocalipse motorizado lamenta profundamente mais estas duas vítimias da velocidade e do peso dos automóveis.

A Federação Paulista de Ciclismo e alguns grupos de ciclistas-atletas automaticamente associaram as mortes à proibição decretada pela USP às bicicletas. Hoje pela manhã, cerca de 300 pessoas protestaram na frente da universidade. A informação é do UOL, que noticiou na seção de esportes (e não transportes ou cidade).

O :.apocalipse motorizado não concorda com esta associação e com o uso oportunista das mortes para este protesto, apesar de ser radicalmente contra a proibição de bicicletas no campus.

Recapitulando:
– a USP não é o local adequado para o treinamento de alta performance, pois este não permite que o ciclista faça paradas. Como sabemos, a USP não tem semáforos, mas tem faixas de pedestre e na faixa a preferência é sempre do pedestre;
– os atletas que agora protestam reivindicam o espaço de treinamento perdido e não os direitos do ciclista nas ruas;
– a maior parte dos atletas que usavam a USP têm como meio de transporte o automóvel. Não andam de bicicleta nas ruas porque as ruas são muito perigosas (ironicamente, por causa dos carros);
– a luta do cislista urbano é por uma cidade mais agradável, menos violenta e menos poluída. Lutamos pela coexistência pacífica entre motoristas, motociclistas, ciclistas, pedestres, cadeirantes e carroceiros. Para a construção desta cidade, a bicicleta é uma arma poderosíssima. Infelizmente a maioria dos atletas que agora reivindica a reabertura da USP não participa das ações que visam legitimar a bicicleta nas ruas.

Por fim, resta a pergunta:
Onde a maioria dos 300 protestantes estacionaram seus carros para protestar hoje de manhã? Dentro da USP?

leia também:
– USP x atletas: ato na segunda (24.abr.2005)
– USP x bicicletas: mais um capítulo (16.mai.2005)

Novos horizontes?

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Já faz algum tempo que toda “boa” promoção contempla os vencedores com automóveis. A nova campanha de assinaturas do Estadão seguiu a mesma linha.

O slogan “novos horizontes” é associado a idéia de liberdade. Tá certo, um carro realmente permite viagens longas em um país que asssassinou sua malha ferroviária a partir da década de 50.

No entanto, o uso do automóvel na cidade provoca efeito exatamente oposto: os horizontes de quem anda de automóvel são cada vez menores. O trânsito sufocante, o medo da violência, os vidros fechados, a blindagem e o insul-filme fazem com que as pessoas deixem de frequentar as ruas.

O horizonte de quem anda de carro são as placas, os semáforos e o congestionamento. Quem anda a pé, de bicicleta ou transporte público acaba indo muito além da visão através do para-brisa escurecido; interage com a rua, vive o desconhecido, descobre caminhos, ruas, lojas, praças e passa a conhecer muito melhor a cidade em que vive. Isso sim são novos horizontes em tempos de clausura paranóica, das câmeras de vigilância, da poluição, dos alarmes e do medo.