Igor Abreu, 2008
gira, 2008
O resto da família.
Para fazer arte: a imagem em vetor (por André Pasqualini)
Igor Abreu, 2008
gira, 2008
O resto da família.
Para fazer arte: a imagem em vetor (por André Pasqualini)
Dizem que uma das principais funções dos jornais é embalar peixe na feira. As árvores transformadas em notícia também podem servir para forrar o chão durante reformas ou pinturas.
Nos exemplares de domingo, os eucaliptos consumidos servem como suporte para uma divisão que chega a 80% de propaganda e 20% de notícia. Os anúncios pelos quais os assinantes ou compradores de banca pagam ao levar um jornal para casa estão divididos em dois grandes blocos: apartamentos e carros.
A indústria da especulação imobiliária tem consumido mais páginas dos periódicos nos últimos tempos. Característica sazonal, já que até o ano passado o jornal de domingo era um grande outdoor de veículos.
Sempre criativa, a publicidade em jornais busca sempre novos formatos para fazer com que os anúncios não deixem de ser vistos.
O formato “embrulho de peixe” não deixa alternativas ao leitor: você será obrigado a ver os dois sonhos de consumo da cidade que parou no trânsito e agora sonha com helicópteros.
Mas ainda resta um pouco de vida inteligente no meio de tanta propaganda. Um dia antes, o suplemento infantil do mesmo jornal-peixe pegou carona no hype do trânsito e deu voz àqueles que ainda têm poucos anos de vida contaminados pela publicidade.
Felipe Marques, 9 anos: “se pudesse escolher uma forma de ir à escola, seria de bicicleta ou à pé, porque não poluem a cidade”.
Larissa La Scalea, 10 anos: “é assim, observando o ritmo dos faróis, das pessoas e do movimento da rua que Larissa vai caminhando (ou passeando) até a escola. ‘Eu moro perto, em dez minutos já estou em casa.’. Quando ela encontra alguns amigos no caminho, o percurso fica mais divertido. Mas se ela morasse longe da escola, gostaria de ir de metrô ou ônibus. ‘Acho muito divertido'”.
Francisco Scavone, 10 anos: “Nada de esperar a mãe para buscá-lo na escola, ir de carona com algum amigo ou de perua. Quando o sinal toca, ele e o irmão vão para o ponto de ônibus. Lá esperam a condução e rapidinho já estão em casa. ‘Quando eu ficar um pouco mais velho, vou para a escola de bicicleta. É muito mais divertido'”.
Até o dia 30 de abril, a editora Conrad está disponibilizando para download gratuito o livro “Apocalipse Motorizado – A tirania do automóvel em um planeta poluído”. Basta visitar este link, fazer o cadastro no site da editora e baixar o PDF.
A obra é uma coletânea de textos organizada e apresentada por Ned Ludd. Uma referência para quem busca entender e superar a sociedade do automóvel, que serviu de inspiração (devidamente autorizada) para o título e para o conteúdo deste blogue.
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=h7zsrJmCzJs]
+ no blogue da associação ciclo urbano
Sexta-feira, 11 de abril
Concentração a partir das 19h, na rua T-66
informações: seriema pedal
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E também uma bicicletada noturna em Curitiba.
gira, 2008
autor desconhecido, data indefinida
Cibol, Bê, Jerusa, 2007
Mona Caron, 2008
gira, 2008
todos os logos e outras imagens divertidas no disco virtual
SESSÃO DE VÍDEO-DEBATE – SOCIEDADE do AUTOMÓVEL
dia 10/04/2008, quinta-feira, às 20h
Local: Fundação SOS Mata Atlântica, Rua Manoel da Nóbrega, 456
Após a exibição, haverá um debate com presenças confirmadas dos diretores do filme: Thiago Benicchio e Branca Nunes.
INSCRIÇÕES com Priscila/Patrícia ou no e-mail recepcao@sosma.org.br ou no telefone 3055-7888
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E o vídeo está de site novo: http://www.ta.org.br/sociedadedoautomovel/
“Aproveitando-se da dificuldade que o cérebro (e em especial o sistema emocional) tem para distinguir entre a realidade e as imagens virtuais, a televisão reduz e degrada as interações entre as pessoas e destas com o território, substituindo-as pela contemplação de um espaço virtual selecionado intencionalmente a serviço da comercialização em grande escala.
O escapismo virtual está fazendo que muitas pessoas deixem de perceber a forte deterioração que está sofrendo o território. E também o que acontece com as pessoas “reais”, como seus vizinhos, companheiros e familiares. As pessoas reais são substituídas por virtuais (talvez esteja aí uma das razões pelo sucesso de novelas e da mídia de fofocas) e, com isso, dificulta-se a articulação de relações coletivas, tão necessárias para a sobrevivência e para cuidar do território.
A televisão mostra e torna sedutor um modo de produção insustentável ao planeta. Destrói a imensa diversidade de produções locais (que carecem de poder para influenciar a tevê), em geral menos agressivas para o meio ambiente, e as substitui por uma produção massiva e homogênea, controlada por um número muito reduzido de grandes companhias.”
traduzido do ConsumeHastaMorir
“Monark vai ao trabalho… e você vai depressa!
Com Monark você pode acordar com calma, chegar ao trabalho em tempo e voltar para casa mais cedo! Com Monark Você corre feliz… terá mais tempo livre para seus filhos e sua família! Monark vai a todos os lugares
… e a vida corre feliz!”
Em agosto de 1961, um exemplo simples e concreto de “responsabilidade ambiental” na era pré-capitalismo vídeo-financeiro.
A foto usada na publicidade é de um bicicletário real, instalado na própria fábrica. Não se trata de computação gráfica ou cenário feito quilos de espuma e plástico para ser jogado no lixo 24 horas depois.
O estacionamento de bicicletas da Monark era usado tanto pelos empregados da linha de montagem, quanto por diretores, técnicos e até pelo presidente da empresa.
Quem me contou a história foi um vizinho, ex-funcionário da Monark, que também ia trabalhar de bicicleta.
Hoje o vizinho, já idoso, só anda de carro e aluga minha vaga de garagem. Já as imagens publicitárias, ao contrário do simpático anúncio acima, poucas vezes condizem com práticas reais das empresas.
Falou em “sustentabilidade”, procure o departamento de marketing (e não o de produção, recursos humanos, infra-estrutura…).
Em tempos onde a coerência deu lugar à fabricação do consenso, o “marketing verde” (sic) faz apenas o que seu nome diz: ajuda as empresas a manter sua hegemonia econômica em um mundo onde o politicamente correto substituiu o pensamento crítico.
Banco Real não financia mais veículos para paulistanos
Uma pequena estória sobre a cara-de-pau
Publicidade da qual não precisamos
Sobre propaganda e realidade – I
Sobre propaganda e realidade – II
Não existe carro ecológico