Mobilização para o Dia Sem Carro

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arte: Glaucia / co2zero

Nesta terça-feira (28), o Movimento Nossa São Paulo convida para a primeira reunião de um Coletivo de Mobilização para o Dia Sem Carro, que acontece em 22 de setembro.

O Dia Sem Carro é uma data anual de reflexão e ação para superar o paradigma carrocêntrico em vigor nas cidades. Uma iniciativa que começou na França e hoje se espalha por centenas de municípios ao redor do planeta.

A reunião acontece na terça (28), a partir das 19h30, na sede do SOS Mata Atlântica (R. Manoel da Nóbrega, 456 – Paraíso).

Dia Sem Carro em São Paulo:
2005
2006
2007
2008
todos os textos publicados sobre o “dia sem carro”

Guerra ao urbani$mo

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imagem: autor desconhecido ou ZEVS / via: A.N.A

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carros, balas e pedestres – renata falzoni

Conversa sobre Bicicletas

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arte: carol – co2zero

Amanhã (25/07), às 15h o Sesc Ipiranga promove uma conversa sobre bicicleta, legislação e novos rumos da mobilidade urbana. Com a participação dos ciclistas Arturo Alcorta (Escola de Bicicleta), André Pasqualini (CicloBR), Rodrigo Telles (Clube de Cicloturismo) e Leandro Valverdes. O evento é gratuito e os ingressos podem ser retirados uma hora antes, no local.

Pedal Verde de Julho

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Neste domingo, o Pedal Verde segue até o Parque da Previdência, na zona Oeste da capital. Plantio de mudas para enriquecer a diversidade e solidariedade à comunidade das redondezas, que se mobiliza há alguns meses para tentar barrar algumas insanidades viárias anunciadas para a região.

O projeto carrocrata( [1], [2] )prevê uma avenida cortando ao meio a praça Elis Regina e um túnel sob o parque da Previdência. Mais alguns bilhões de reais, mais congestionamento, mais barulho, mais degradação da qualidade de vida.

O Pedal Verde tem o encontro marcado para as 8h do domingo (26), no viveiro Manequinho Lopes (no parque do Ibirapuera).

Porque Huxley estava certo e Orwell errado

O vídeo acima é a parte de uma fala de Aldous Huxley, em 1962, retirada do filme The End Game (que exagera um pouco na teoria da conspiração, mas traz alguns dados de realidade).

A fala de Huxley, autor da distopia Admirável Mundo Novo, pode ser escutada na íntegra (em inglês) aqui.

Neste link, uma comparação em cartuns entre as distopias narradas por Huxley e Orwell.

Marginal: ação civil pública pede suspensão das obras

O LEMA DE SP

arte: Tiago Nepomuceno

Na última quinta-feira (16), seis organizações paulistanas, entre elas o Sindicato dos Arquitetos do Estado de São Paulo e o movimento Preserva-SP, entraram com um pedido de liminar para que a obra de construção de novas pistas na Marginal do Tietê seja suspensa. O Governo do Estado tem até hoje (22/07) 72 horas (contadas a partir da publicação da ação) para prestar esclarecimentos, antes do julgamento da liminar.

O pedido questiona possíveis ilegalidades no projeto, entre elas a realização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) pelo Município, e não pelo Estado. A Prefeitura alega que a obra tem impacto municipal, daí o licenciamento feito apenas pela secretaria municipal do Verde e do Meio Ambiente. Detalhe: o estudo que autorizou a obra levou menos de seis meses, incluindo o período compreendido entre natal e ano novo, e sem descontar o carnaval.

No entanto, uma consulta feita pela Dersa à Coordenadoria de Licenciamento Ambiental em 2007 apontava caminho oposto, sugerindo que a obra tem impacto em área bem maior do que as fronteiras municipais:

Processo SMA 13551/2007 – Município: São Paulo
Interessado: DERSA – Desenvolvimento Rodoviário S/A

Empreendimento: Consulta referente à necessidade de licenciamento ambiental para o programa de revitalização e requalificação da marginal Tietê, que através do Ofício CPRN/DAIA n° 0297/2007 de 26/03/2007 e Parecer Técnico CPRN/DAIA n° 062/2007 de 26/03/2007, conclui que o licenciamento do Projeto “Nova Marginal do Tietê” deverá ser realizado no âmbito estadual, através da apresentação de um Estudo de Impacto Ambiental, devidamente procedido da apresentação de um Plano de Trabalho ao DAIA – Departamento de Impacto Ambiental.

Até mesmo as medidas de compensação anunciadas pelo governo do Estado indicam que o atalho do licenciamento municipal parece equivocado e ilegal.

O projeto do Parque Várzeas do Tietê, anunciado esta semana como se fosse uma iniciativa desnvinculada  das obras de ampliação da Marginal, misturou números de árvores de uma iniciativa e de outra, escancarando a abrangência (ao menos) estadual do projeto.

Além disso, o governo estadual afirma que uma das principais funções do parque (a ser instalado em 8 cidades que ficam nas margens do rio) é conter as cheias, mas não relaciona essa compensação à impermeabilização de 19 hectares da margem do rio em São Paulo.

O pedido de liminar também questiona a dança dos números em relação ao número de pistas a serem construídas, a tentativa de descaracterizar a obra com a utilização do termo “adequação viária” (quando na verdade trata-se da construção de novas pistas), a utilização de estimativas atemporais de melhora do trânsito, e até a constitucionalidade e a legalidade da obra, já que, além de violar uma série de leis e planos de preservação de rios, matas ciliares e construção de ciclovias,  ela não estava prevista no Plano Diretor Estratégico aprovado em 2002 (que a prefeitura, coincidentemente, tenta derrubar usando outro eufemismo: “revisão”).

O andamento do processo poderá ser acompanhado pelo site do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (clique no link e digite o número do processo: 053.09.025071-3  .

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O clipping de notícias continua a ser alimentado em http://tinyurl.com/novamarginal

Dois sites foram criados esta semana pelo governo para a campanha de convencimento a favor da iniciativa: o da “Nova Marginal” e o Parque Várzeas do Tietê.

Impossível deixar de notar a semelhança do site do parque com um anúncio de empreendimento imobiliário, um desses bunkers televigiados e cercados, vendidos com nome de pátio, praça ou parque, acessíveis apenas por automóveis e destruidores  de qualquer possibilidade de cidade.

Os termos usados (“lança”, “localização”, “a natureza de volta ao seu lugar”), o layout e até o endereço .com.br não deixam dúvidas: a cada passo dos motores, um rastro de negócios imobiliários, degradação do espaço público e gentrificação é deixado no caminho.

053.09.025071-3.

Periferia é periferia

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Hoje, a partir das 19h, o Cinclube Pólis promove a exibição de três filmes e um debate com o cineasta Ladj Ly, morador do bairro Clichy, principal foco dos conflitos entre jovens e policiais na periferia da Paris. Ladj Ly participa do coletivo Kourtrajmé.

As três produções em cartaz:

365 jours a Clichy-Montfermeil / 365 dias em Clichy-Montfermeil
Direção: Ladj Ly / Kourtrajmé – documentário – 25’48”
Jovens residentes da cidade de Bosquets, em Clichy-Montfermeil, filmam os tumultos que abalaram a França em Outubro de 2005. Ladj Ly filmou sua cidade, através do olhar das pessoas, durante e após o evento.

Go Fast Connexion
Direção: Ladj Ly / Kourtrajmé – documentário – 22’00”
Uma abordagem sobre o submundo do tráfico de droga como uma das forças mais pervasivas da vida moderna. O documentário é construído a partir de uma reporgem do jornalista Charles Villeneuve sobre o bairro Clichy-Montfarmeil.

“Stress” – Justice
Direção: Ladj Ly / Kourtrajmé – videoclipe – 6’45”
Polêmico videoclipe da dupla de hip-hop francesa

O Cineclube Pólis fica na Rua Araújo, 124, centro (esquina com a rua General Jardim, próximo à Estação República do Metrô)

Plante miséria, colha violência
Maio, 1968 – um recorte
Virada Cultural – lado B

Nova Marginal, capítulo 1

[ou no youtube]

As vítimas da marginal – ótimo texto
mais: www.tinyurl.com/novamarginal

Faixa você mesmo

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A linha branca da imagem acima foi pintada na semana passada. Antes dela, o asfalto recapeado permaneceu cerca de quatro meses sem sinalização que indicasse a travessia de pedestres.

O local, na Avenida Ibirapuera, fica em uma região que tem dois grandes parques, um campo de esportes (bastante usado pela terceira idade,) um clube, alguns hospitais (incluindo o do Servidor Público) e uma secretaria municipal (a dos Esportes).

Não foi possível descobrir se a linha foi rabiscada no chão pela prefeitura ou por algum cidadão cansado de esperar a ação oficial.

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A travessia não pintada é do tipo “recuada”, ou seja, não fica exatamente na esquina, mas sim distante alguns metros do cruzamento motorizado. O semáforo de veículos em uma das pistas, por sua vez, fica na esquina, e não no local que indicaria a faixa de pedestres.

Assim, durante mais de 100 dias, sem a zebra pintada no chão, o que existiu de sinalização nesta via serviu para confundir motoristas sobre o local correto de parada, colocando em risco a vida de cidadãos não motorizados,  situação agravada pela falsa sensação de segurança proporcionada por um semáforo de pedestres .

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Em momentos de pouco trânsito, o risco era ser atropelado por carros, caminhões, ônibus ou motos que só tinham como referência o semáforo distante e uma linha no solo pintada “oficialmente” na esquina para indicar o cruzamento das pistas.

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Com trânsito pesado, a situação melhorava: bastava se espremer entre os carros e tomar cuidado apenas para não morrer vítma de uma moto.

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“esboço de faixa” – anônimo / pneus paulistanos

A frase “Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue após sua construção, ou reaberta ao trânsito após a realização de obras ou de manutenção, enquanto não estiver devidamente sinalizada, vertical e horizontalmente”, escrita no artigo 88 do Código de Trânsito Brasileiro, é apenas uma frase, não tem valor em São Paulo.

Por aqui, é possível imaginar que um administrador ou técnico que levasse a sério a exigência prevista em lei fosse taxado de louco. Imagine: bloquear o fluxo de veículos na avenida Ibirapuera só porque não existe uma faixa de pedestres?

Assim como a faixa, ciclovias, guias rebaixadas e calçadas desobstruídas já estão previstas em diversas leis que tratam da construção e manutenção de vias. São necessidades obvias para qualquer um que não se locomova apenas de automóvel. Na carrocracia vigente, tornaram-se ítens menores, quase desprezíveis.

As faixas de pedestre em ruas recapeadas de São Paulo tem sido entregues três, quatro, às vezes cinco meses depois do novo asfalto. Isso quando são entregues, já que não são raros os casos de faixas que simplesmente não foram pintadas de novo. Como também é cada vez mais comum ver apenas duas ou três faixas pintadas em cruzamentos onde antes haviam quatro.

Os casos de negligência são visíveis por toda a cidade. Basta sair de dentro do carro e caminhar algumas quadras para encontrar faixas que nunca foram pintadas entre as milhares que estão apagadas e sem nenhuma perspectiva de pintura.

“Carrocracia Express” / foto: edugreen

A desproporção entre o que não é feito para pedestres, ciclistas, cadeirantes e passageiros de transporte coletivo e o que é feito para os automóveis é brutal, não importa a variável que esteja em comparação.

Somas astronômicas gastas em pontes, túneis, novas pistas e na manutenção de uma estrutura monstruosa para evitar o colapso são infinitamente superiores e consideradas muito mais importantes do que a quantia investida em corredores de ônibus, estrutura cicloviária ou mesmo em simples e fundamentais faixas de pedestre.

Obras destinadas ao fluxo de automóveis tradicionalmente saem do papel muito mais rápido do que as equivalentes para outros modais, a não ser quando o calendário eleitoral deixa os canteiros vazios durante meses para valer-se da tática do bode na sala.

É assustador ver a consolidação gradual da visão de que faixas de pedestres se tornaram secundárias, talvez até insignificantes perto da missão de “fazer o trânsito andar”. Em outras palavras: para que perder tempo com bobagem, quando é mais rápido e lucrativo colocar mais pólvora no barril e continuar dizendo aos quatro ventos que a bomba está cada vez mais longe de explodir?

Quatro meses sem faixa de pedestre
O pedestre que se dane
Tudo pela metade

Pedal Solidário

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Na próxima quarta-feira (15), acontece um pedal para doar cobertores e roupas aos moradores de rua do largo São Francisco. O pedal sai de duas bicicletarias em São Paulo: às 20h na Tutto Bike (Pompeia) e às 21h da Sport Star (Jardins). Mais info: wde