Enquanto o 11 de setembro acabava com a novela 36 anos depois de ter derrubado um governo no Chile e o dois mandatos depois de ter destruído torres em Nova Iorque, na terra da “Nova” Marginal os velhos problemas voltaram a dar o alerta: burro é quem insiste no erro.
A palavra desta semana no Dicionário da Novi Língua Politiquesa rima com a da semana passada: “impermeável”, que se junta à anterior “irrevogável” e será submetida aos novos imortais de distintas academias de letras. Depois de aprovada pelos doutos, deverá ser regulamentada no prazo de 30 dias ou 30 anos (ou até que seja revogada por disposições contrárias).
São Paulo, que havia alguns anos só transbordava de carros, no mês do dia sem eles, transbordou também de lixo e de água.
Nada a ver com o corte de verbas. Foi apenas um problema de comunicação.
A culpa mesmo foi da chuva, que caiu e levou tudo pro fundo do vale.
E agora, quem poderá nos defender?
Quem vai instalar lixeiras para nos livrarmos dos nossos excessos de ultra-consumo?
Os que promovem e lucram com o ultra-consumo?
Os mesmos que deixaram os fósseis da Cidade Limpa?
Será que o lixo de hoje vai se transformar na propaganda e na lixeira do amanhã?
Ou será que é o contrário?
– Calma, não se preocupe.
– É verdade, ouvi dizer que em pouco tempo nossa volta para casa será mais divertida.
– Que maravilha, o que já era bom vai ficar ainda melhor. Hoje a gente só precisa pagar um bom percentual dos nossos salários para ir de um lado para o outro da cidade em ônibus confortáveis, corredores exclusivos e pontos com farta informação sobre itinerários e horários. Agora a gente ainda vai poder assistir o jornal, a novela, o futebol. E ainda ganha de brinde algumas propagandas!
Afinal, isso é impossível?
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fotos: galeria 23
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