Quatro meses sem faixa de pedestres

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Esta rua no bairro da Pompéia foi recapeada há mais de quatro meses. Até hoje a faixa de pedestres não foi pintada.

Segundo o artigo 88 do Código de Trânsito Brasileiro, nenhuma via pode(ria) estar aberta ao tráfego sem a devida sinalização.

Mas a miopia motorizada, que só enxerga semáforos, placas e vultos, parece desconsiderar a faixa de pedestres como sinalização obrigatória. Aliás, quanto mais apagadas, melhor.

Não é preciso dizer que a política da invisibilidade asfáltica também vale para os corredores, faixas e pontos de ônibus.

O pedestre que se dane

Bicicletas universitárias

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Um projeto de extensão universitária da UNB promete inaugurar o conceito de bicicletas de uso público no Brasil. Nesta fase inicial, os responsáveis pela empreitada estão aceitando doações de magrelas, que serão reformadas e disponibilizadas à comunidade universitária.

Os objetivos não poderiam ser mais claros e didáticos: “reduzir o número de automóveis no campus, diminuir a emissão de gases na atmosfera, aumentar o contato humano, melhorar a mobilidade urbana e facilitar o acesso ao conhecimento”.

Se você mora em Brasília e tem uma bicicleta encostada naquele depósito da garagem, tome vergonha na cara: ou comece a utilizá-la e descubra que o mundo é melhor do lado de fora, ou visite o site do Bicicleta Livre para saber como doar o seu veículo.

Em Portugal, a Universidade do Minho também está estimulando a mobilidade inteligente. O projeto Bute (Bicicleta de Utilização Estudantil) irá doar duas mil bicicletas aos estudantes, para uso “pessoal e intransferível”.

Depois de três anos, os alunos podem optar pela compra (por módicos 25 euros) ou por passar adiante a magrela. O projeto ainda prevê 50 bicicletários pelos dois campus e manutenção gratuita para os estudantes.

Quem sabe em alguns anos a comunidade acadêmica poderá ter de volta uma parte do espaço perdido para os automóveis estacionados.

Bicicleta Livre – UNB
Bute – Universidade do Minho (partes 1 e 2)
Campus universitário à portuguesa
Existem acadêmicos e acadêmicos (USP)
Bike-sharing blog – site sobre bicicletas públicas em todo o mundo

Bicicleta não paga

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Taí uma iniciativa bacana em Curitiba. A Rádio Luxemburgo e o Bar James promovem uma balada em sintonia com o transporte sustentável.

A entrada para os shows de quinta-feira custa R$6,00. Mas quem vai de bicicleta, além de poder estacionar o seu veículo, não paga nada para entrar. Informação do Rodafixa.

Bicicletada em Santo André

sábado, 11

A Bicicletada de Santo André acontece no pŕoximo sábado, 11 de novembro.

Concentração às 14h, saída às 15h. Em frente à estação de trem.

mais informações no pedalante

Desorganizando para reorganizar

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fotos: transporte ativo

“Muita gente pensa que o ‘Critical Mass’ começou em uma noite de sexta-feira, em 1992, quando um punhado de ciclistas se encontraram no distrito financeiro de São Francisco. Essa é a história contada pelos ‘historiadores da Massa Crítica’ quando eles dizem em entrevistas ‘Não atrapalhamos o trânsito, nós somos trânsito’.

Mas talvez a Massa Crítica tenha começado mesmo em uma noite de quinta-feira, em algum momento depois do grande terremoto de 1989, que derrubou uma parte da Embarcadero Freeway e obrigou as autoridades a fechar o resto da via expressa para o trânsito dos motorizados.

David Miles era um dos participantes originais da improvisada massa de patinadores que tomou a Embarcadero Freeway. Ele conta que os patinadores começaram a se encontrar no viaduto interditado para ‘dar um rolê’ pela cidade. O grupo que começou com cerca de 20 pessoas, logo atingiu algumas centenas de patinadores.” (Tradução livre de texto no Cycle Santa Monica)

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Rio de Janeiro, outubro de 2007: um deslizamento de terra na entrada do túnel Rebouças interdita uma das principais vias expressas da cidade. Caos motorizado pelas ruas, congestionamentos quilométricos e a fratura exposta do modelo rodoviarista em vigor no país há mais de 50 anos.

Depois da tempestade, a bonança: o espaço sempre congestionado, barulhento e poluído se abre para a vida. Ciclistas, patinadores, caminhantes, skatistas, crianças, jovens e idosos redescobrem o espaço público perdido para os automóveis.

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No país em que desastre de avião serve para injetar mais dinheiro no transporte aeroviário (além de estimular movimentos golpistas) e onde os trens só servem para escoar a produção de mineradoras privatizadas, a falha na matrix carioca mostra que mesmo no deserto ainda brotam flores.

Vias expressas (com vídeo da pedalada no túnel Rebouças)
Lazer expresso
As origens da massa crítca (com vídeo do Midnight Riders em São Francisco)

Nonsense

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Por que diabos a embalagem de uma pastilha que é jogada no motor de uma máquina a combustão de duas toneladas, que serve para carregar uma pessoa de 70kg, carrega em destaque a frase “100% orgânico”?

Mais sacis

saci pedala
foto: ciclobr

Mais algumas fotos da bicicletada de outubro em São Paulo: ciclobr e fourier.

Mais um comercial nojento

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Ter é ser.

O país que matou os trens

cumbica, domingo, 9h da manhã

Fila para “check in” no aeroporto de Cumbica, domingo (28). O país que matou os trens agora sofre com o caos aéreo.

A culpa não é deste ou daquele governo e a solução não passa pela privatização da Infraero ou por milhões de reais para ampliação dos aeroportos.

A culpa é da histórica (e interminável) seqüência de políticas rodoviaristas que acabaram com o transporte sobre trilhos, permitindo o surgimento de máfias aero e rodoviárias para o transporte de pessoas no Brasil.

Aviões são veículos desconfortáveis, grandes ônibus vedados, onde não é possível esticar as pernas, ir até o vagão restaurante ou descer nas paradas para tomar um café e contemplar o céu da madrugada.

Aviões deveriam servir para ligar grandes distâncias. Ônibus rodoviários deveriam desempenhar papel regional de transporte, cumprindo pequenas distâncias e ligando cidades pequenas.

Enquanto os trens continuarem a ser vistos como veículos de carga para exportar minérios, pouco mudará no grande irmão do sul.

Ciclo-crítica

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