Critical Mass em NY – mais uma vitória

Na última quarta-feira (15), a Bicicletada de Nova Iorque (Critical Mass) conseguiu mais uma vitória contra a perseguição política que vem sofrendo desde a Convenção Republicana de 2004. Um juiz da cidade rejeitou a acusação da prefeitura contra a Time´s Up (ONG que apoia o critical mass) e alguns ciclistas que foram detidos durante as ciclo-passeatas.

Em sua decisão, o juiz ainda recomenda que as duas partes entrem em acordo para que a pendenga jurídica seja definitivamente encerrada. Leia aqui a reportagem do New York Times sobre o assunto (em inglês).

Prestes Maia – despejo adiado

Na última terça-feira (14), as famílias que vivem no número 911 da avenida Prestes Maia receberam a boa notícia: a prefeitura estendeu o prazo para a desocupação do imóvel em 2 meses. Leia aqui a notícia da vitória parcial do Prestes Maia, a última ocupação popular no centro da cidade.

Vídeos e Bicicletadas (SP e RN)

No próximo sábado (18), às 18h30, a galera de Natal (RN) começa a organizar a primeira bicicletada na cidade. Antes da reunião, será exibido o vídeo Sociedade do Automóvel.

O encontro acontece na rua Dr. Dalton Cunha, 3639. Veja o panfleto na íntegra aqui.

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Está no ar o vídeo da 40a Bicicletada paulistana (fotos aqui). Tem pouco mais de 6 minutos e o donwload pode ser feito em um dos links abaixo:

Arquivo AVI (alta resolução, 27MB):
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/02/345579.shtml

Arquivo MOV (baixa resolução, 37MB)
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/02/345584.shtml

Ônibus é ruim porque polui e pega trânsito

A ANTP (Associação Nacional do Transporte Público) divulgou nesta semana a sua pesquisa anual sobre a imagem do transporte público em São Paulo.

Apesar da “aprovação” dos ônibus municipais ter caído 9% (de 61% em 2004 para 52%), o que chama a atenção são os problemas apontados pelos usuários.

Para 91% dos passageiros, os principais problemas são o fato dos ônibus ficarem parados no trânsito e a poluição gerada pelos coletivos.

A irritação com o trânsito, causado pelos 5,6 milhões de automóveis particulares da cidade (que circulam geralmente com apenas uma pessoa), superou a demora entre um ônibus e outro, apontada por 79% dos entrevistados, a superlotação dos veículos (75%) e até o preço das passagens (67%).

Tomara que o resultado da pesquisa sirva para que as autoridades municipais retomem o projeto de corredores exclusivos, criado na gestão passada e abandonado por José Serra (que logo nos primeiros dias de mandato aumentou a tarifa, contrariando promessa eleitoral). Afinal, 59% dos usuários apontaram que os corredores são excelentes ou bons.

Também pode servir de aviso para que a ridícula liberação dos corredores de ônibus para veículos particulares aos finais de semana seja revista pelo prefeito. Resta ainda sonhar com a renovação da frota e com a substituição dos ônibus a diesel por veículos movidos a gás e a efetiva integração entre os vários meios de transporte (ônibus, metrô, bicicletas, trens e até automóveis).

De bicicleta em Dublin


(imagem: Andy Singer)

Dublin, Irlanda, hora do rush. Thomas Pedoussaut pegou sua bicicleta, uma câmera de vídeo e registrou o seu caminho até o trabalho. Dê uma olhada aqui. (a dica foi do colega Willian Cruz)

Veja também fotos e vídeos do Critical Mass (a Bicicletada gringa) na cidade:
março.2003 [fotos]
abril.2004 [fotos] e [vídeo]
agosto.2004 [fotos] e [vídeo]
setembro.2004 [fotos]

Bicicletada em Nova Iorque ainda é caso de polícia


(foto: Fred Askew)

Desde a convenção do Partido Republicano, em agosto de 2004, as “Bicicletadas” em Nova Iorque viraram caso de polícia. A cada mês, guardas motorizados, carros e helicópteros tentam impedir a ciclo-passeata, alegando que é necessária uma autorização municipal para pedalar em grupo. Mais de 700 ciclistas estão sofrendo processo judicial na cidade por participar da “massa crítica”.

Na última edição do “critical mass” novaiorquino, mesmo sob ameaça de prisão, mais de 100 ciclistas pedalaram pelas ruas da cidade. 17 acabaram detidos. O fato mais grave, no entanto, foi uma colisão entre duas “scooters” pilotadas por policiais, que se machucaram feio com o tombo e foram recolhidos de ambulância. (veja aqui a reportagem do Village Voice)

Em 2004, mais de 5 mil ciclistas participaram da “bicicletada” de agosto em Nova Iorque. Naquele mês, o Partido Republicano estava reunido na cidade para escolher o caubói Bush como candidato às eleições.

A pedalada daquele mês fazia parte da jornada de protestos contra a presença do petroleiro Bush e de seus correligionários na cidade. Vale lembrar que o Critical Mass novaiorquino acontece desde 1993. A Convenção Republicana, por sua vez, nunca tinha sido realizada na cidade. Mais de 260 ciclistas foram presos e a perseguição política ao Critical Mass foi iniciada.

No começo de janeiro, 8 cicilistas presos durante a pedalada de janeiro de 2005 foram considerados inocentes. O juiz Gerald Harris disse que a exigência de autorização para pedalar em grupo nas ruas era inconstitucional. A prefeitura da cidade, no entanto, deverá recorrer da decisão.

Vale a pena dar uma olhada também no site da Time´s Up (ONG de apoio ao Critical Mass), nas lindas fotos do Fred Askew e no trailer do documentário Still We Ride.

R$350 mil por quilômetro

“Investimento público / subsídio desnecessário”

No quesito “investimento”, a prefeitura de São Paulo gastou nos últimos meses R$82,3 milhões para recapear 238 quilômetros de asfalto em 207 vias da capital (quase R$350 mil por quilômetro). Segundo reportagem do Estado de São Paulo, 25% das ruas recapeadas já apresentaram algum tipo de problema no asfalto.

O cartum é de Andi Singer, que tem outros belíssimos trabalhos sobre a cultura do automóvel. Você pode ver uma série deles aqui ou então comprar o livro inteiro na seção de assinaturas da World Carfree Network (a mesma dos adesivos “um carro a menos” e da revista “car busters”).

Integração sem posse X reintegração de posse

Ação Cultural em apoio às 468 famílias ameaçadas de despejo na ocupação Prestes Maia

Domingo (12.fev), a partir das 11h – Av. Prestes Maia, 911

A Revolução Não Será Televisionada, artbr, Associação dos Moradores do Prestes Maia, BijaRí, C.O.B.A.I.A , Catadores de Histórias, Centro de Mídia Independente, Cia.Cachorra, Contra-filé, EIA – Experiência Imersiva Ambiental, Elefante, Espaço Coringa, Esqueleto Coletivo, FLM – Frente de Luta por Moradia, Fórum Centro Vivo, Frente 3 de Fevereiro, Grupo Calango de Teatro, Humanus 2000, Integração Sem Posse, Los Románticos de Cuba, Menossões, MSTC – Movimento Sem Teto do Centro, Nova Pasta, Os Bigodistas, Rádio Xiado, TrancaRUa

* informações sobre a ocupação neste editorial do CMI ou no blog integração sem posse.

* postado em 15/01: Fotos do ato [1], [2], [3], [4], [5]

10.907/90-10.908/90-13.995/05-599/05

Informa o radar câmara que mais um projeto que trata da locomoção por bicicleta em São Paulo deverá ser aprovado pela Câmara Municipal. Trata-se do 599/2005, de autoria do vereador Chico Macena (PT). Já existem, pelo menos, duas leis sobre o assunto em vigor na cidade: a 13.995/2005, de Adolfo Quintas (PSDB) e a 10.907/1990, de Walter Feldman (PSDB).

O projeto de Macena cria um sistema de transporte por bicicleta, ampliando o enfoque do projeto anterior, de Adolfo Quintas, que previa apenas a construção de bicicletários em locais com grande fluxo de pessoas. O projeto de Quintas foi aprovado pela Câmara e sancionado pelo prefeito José Serra há exatos 7 meses; virou lei desde então, mas ainda aguarda a chamada “regulamentação” (o momento em que se estabelece “como” uma lei sairá do papel), que cabe ao Executivo.

A outra lei sobre mobilidade por bicicletas, a 10.907, de 1990, foi regulamentada 5 anos depois de sua promulgação, no dia 03 de fevereiro de 1995. O site da prefeitura não mostra a íntegra da lei nem da regulamentação. No site do vereador Walter Feldman existe um resumo: “complementa a lei 10.908”. O resumo da 10.908 fala sobre a construção de ciclofaixas em praças e parques, dizendo também que fica vedada a circulação de bicicletas fora destas.

Na cidade espanhola de Valencia, a população se cansou de decorar números de leis, escutar promessas vazias, ler notícias no futuro e aguentar roubalheira administrativa, disputas partidárias ou picuinhas políticas. No último Dia Sem Carro, uma “bicifestación” instalou “aparabicis” simbólicos em uma estação de trem. Além da foto acima, você pode ver outras 16 aqui.

PS: A seção “bem-vindo, ciclista” foi atualizada com dicas de bicicletários em Santos.

Abaixo-assinado contra o despejo da Prestes Maia


(foto: Antonio Brasiliano / integração sem posse)

As 1630 pessoas da ocupação Prestes Maia, no centro de São Paulo, estão prestes a sofrer uma ação de despejo executada pela truculenta Tropa de Choque paulistana (que porta armas, bombas e não usa identificação).

A reintegração de posse, que pode acontecer entre os dias 15 e 21 de fevereiro, foi concedida pela Justiça (?) aos atuais proprietários, o vereador Jorge Hamuche e Eduardo Amorim, que não possuem a escritura do imóvel e devem mais de 5 milhões de reais em IPTU aos cofres públicos.

Clicando aqui, você acessa o abaixo-assinado online contra o despejo.

Quando as 468 famílias ocuparam o edifício próximo ao número 911 da avenida Prestes Maia, o local estava abandonado há 20 anos e havia se tornado depósito de lixo e ponto de drogas. As famílias de sem-teto construiram uma biblioteca com 3500 livros e sobrevivem hoje em condições precárias, mas com o mínimo de dignidade.

A Prestes Maia é a última grande ocupação na região central de São Paulo. Diversos prédios foram desocupados com a política higienista-especulativa em curso na região. Mais informações neste editorial do CMI ou no integração sem posse.