Ainda que parcial (das 10h às 18h), o fechamento era uma boa notícia na onda de extermínio dos calçadões promovida no ano passado (24 de Maio, XV de Novembro e Florêncio de Abreu). A medida também parecia demonstrar o mínimo de sensatez: não fazia nenhum sentido o fluxo (e o estacionamento) de automóveis em uma rua estreita por onde passam 400 mil pedestres.
Na época, a abertura da 25 de Março aos pedestres serviu inclusive para justificar o fechamento dos calçadões da XV de Novembro e Florêncio de Abreu – uma espécie de solução para “compensar” a restrição na 25.
A medida também amenizou possíveis críticas à morte da área livre de carros, já que as grandes cidades do mundo seguem exatamente o caminho inverso: a restrição cada vez maior ao automóvel nos centros urbanos.
A mídia corporativa segue repetindo o discurso oficial: trata o fechamento de calçadões como “abertura” e a proibição de veículos como “fechamento”, demonstrando que a orientação das políticas públicas e a reprodução de informações continua a seguir a lógica dos 30% da população (aquela minoria possuidora de automóvel).
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