Isto não é um país
zona eleitoral
Talvez as fotos ajudem a explicar porque o deputado federal mais votado em São Paulo foi o construtor do Minhocão e suposto ladrão-maior, Paulo Maluf. Talvez ajudem a entender porque Fernando Collor (aquele) foi eleito senador, assim como José Sarney (que desta vez aplicou o truque de se candidatar pelo Amapá, e não pelo seu estado natal, o Maranhão).
Quem sabe as fotos tenham alguma relação com a cadeira na Câmara Federal conquistada pelo ex-apresentador Clodovil ou pelo ex-jurado de calouros Wagner Montes. Também podem ajudar a entender porque o forrozeiro Frank Aguiar, o “cãozinho dos teclados”, também será representante do povo em Brasília.
Tá certo, nos livramos de figuras como Fleury, Medeiros, Professor Luizinho, Pitta, Turco Loco, Afanásio Jazzadi, Valentina Caran, Eurico Miranda e a própria Havanir dos bonecos de Olinda. Isso sem falar em candidatos como Seu Madruga, Amiguinho e Palhaço Pimpão.
Dia de eleição é a consagração da autocracia: para os motoristas, não há lei. Para o resto, não há transporte público nem tranquilidade nas calçadas.
Enquanto os condutores votavam, suas máquinas ocupavam faixas de pedestres, calçadas e pontos de ônibus, atrapalhando a vida de 70% dos votantes. Quem dependia do transporte público estava na merda: a frota em circulação era ridícula como nos outros domingos do ano. O dia era de “baixa demanda”, ou seja, baixa possibilidade de lucro para aqueles que lucram com a usurpação de direitos.
Calçada ou estacionamento?
Pedestres confinados às sombras do tapume de obra
Além da pequena frota de ônibus em circluação, quem dependia do transporte público ainda teve que aguentar automóveis atrapalhando o embarque.
O mamute de quatro rodas acima não coube na calçada. Tudo bem, a primeira faixa da via é dedicada aos ônibus, então pode deixar aí mesmo…
3 Comments