Isto não é um país
zona eleitoral
Talvez as fotos ajudem a explicar porque o deputado federal mais votado em São Paulo foi o construtor do Minhocão e suposto ladrão-maior, Paulo Maluf. Talvez ajudem a entender porque Fernando Collor (aquele) foi eleito senador, assim como José Sarney (que desta vez aplicou o truque de se candidatar pelo Amapá, e não pelo seu estado natal, o Maranhão).
Quem sabe as fotos tenham alguma relação com a cadeira na Câmara Federal conquistada pelo ex-apresentador Clodovil ou pelo ex-jurado de calouros Wagner Montes. Também podem ajudar a entender porque o forrozeiro Frank Aguiar, o “cãozinho dos teclados”, também será representante do povo em Brasília.
Tá certo, nos livramos de figuras como Fleury, Medeiros, Professor Luizinho, Pitta, Turco Loco, Afanásio Jazzadi, Valentina Caran, Eurico Miranda e a própria Havanir dos bonecos de Olinda. Isso sem falar em candidatos como Seu Madruga, Amiguinho e Palhaço Pimpão.
Dia de eleição é a consagração da autocracia: para os motoristas, não há lei. Para o resto, não há transporte público nem tranquilidade nas calçadas.
Enquanto os condutores votavam, suas máquinas ocupavam faixas de pedestres, calçadas e pontos de ônibus, atrapalhando a vida de 70% dos votantes. Quem dependia do transporte público estava na merda: a frota em circulação era ridícula como nos outros domingos do ano. O dia era de “baixa demanda”, ou seja, baixa possibilidade de lucro para aqueles que lucram com a usurpação de direitos.
Calçada ou estacionamento?
![](http://photos1.blogger.com/hello/47/1685/400/eleicoes2006_%20010.jpg)
Pedestres confinados às sombras do tapume de obra
Além da pequena frota de ônibus em circluação, quem dependia do transporte público ainda teve que aguentar automóveis atrapalhando o embarque.
O mamute de quatro rodas acima não coube na calçada. Tudo bem, a primeira faixa da via é dedicada aos ônibus, então pode deixar aí mesmo…
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