A arte da mentira e o crime sem castigo

A grande arte da mentira constitui-se muitas vezes em dizer apenas parte da verdade. Foi o que fez o Coronel Ubiratan Carandiru nesta entrevista ao jornal Estado de São Paulo.

Perguntado pelo repórter sobre o uso do número 111 como propaganda política, o coronel disse com a maior cara-de-pau que o número era uma homenagem ao seu cavalo. Falou que escolheu 11.190 porque 190 era o telefone da polícia…

Ubiratan, espécie migratória de político, foi eleito em 2002 usando sim o telefone da polícia precedido do 11 pertencente ao PP (de Paulo Maluf). O coronel “esqueceu” de dizer que em 1998 concorreu pelo extinto PSD sob o número 41.111.

Tá certo, talvez o general Figueiredo e o imperador Calígula entendam o amor do coronel pelos equinos…

Nem Ubiratan, comandante da tropa que fuzilou 111 detentos em 1992, nem o governador Fleury, que autorizou a invasão, foram condenados até hoje. Ganharam os braços do povo e são deputados, gozando de imunidade parlamentar, motorista particular e um belo salário.

Para espanto mundial, Ubiratan teve a condenação anulada na última quarta-feira, numa prova de que crime contra pobre não é crime no Brasil.

111 mortos, nenhum culpado.

Leia mais aqui e confira também as fotos de um ato contra a absolvição de Ubiratan, realizado na última segunda-feira (21): [1], [2], [3].

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