Rodízio: o paliativo que virou política

O rodízio municipal está de volta à São Paulo depois de 35 dias de “férias”. Criada em 1997, a restrição à circulação de veículos em boa parte da cidade perde eficiência a cada ano que passa.

Segundo a CET, a média de congestionamentos de janeiro aumentou 12% em relação ao mesmo mês de 2005. No ano passado, no período da manhã, a média era de 84km de congestionamento. Neste ano subiu para 100km.

Será que ninguém enxerga o óbvio? O rodízio é uma medida paliativa, extrema, que acabou virando política pública em São Paulo. Todo paliativo usado sozinho e em excesso causa dependência e agrava o quadro do “doente”: hoje a cidade não vive sem o rodízio, mas seus habitantes agonizam no trânsito que é muito pior do que em 1997.

O engraçado é ver engenheiros da CET e jornalistas buscando razões para explicar o que é óbvio. Justifica-se o trânsito com chuva, acidentes de carretas na marginal, feriados que levam multidões para as estradas ou às compras…

A causa do trânsito que paralisa a cidade e destrói a qualidade de vida é o excesso de veículos combinado com políticas públicas voltadas exclusivamente para o transporte individual motorizado. O resto é procurar pêlo em ovo.

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