Mais uma apologia à velocidade que mata: “desafia as leis da física: gruda no chão e voa ao mesmo tempo”. Só faltou dizer que destrói obstáculos (vivos ou não) sem prejudicar a saúde de quem dirige. “Air bags”, carros que absorvem impacto, cintos de segurança, milhões de dólares em pesquisa: tudo para zelar pela integridade do motorista. Se você está do lado de fora, é melhor se cuidar para não ser atingido pelas duas toneladas que “voam” de 0 a 100km/h em 5,7 segundos.
Isso sem falar dos vidros pretos: as películas que escurecem o vidro são proibidas na intensidade mostrada no anúncio. De acordo com a resolução do Contran, a transparência do vidro (de dentro para fora) não pode ser reduzida em mais de 25% no para-brisa e 30% nos vidros laterais. Que atire a primeira pedra quem já viu algum veículo sendo multado por esta infração.
No feriado, dirigi pela primeira vez um carro com vidros escurecidos. Mesmo seguindo a lei, o escurecimento do vidro atrapalha (e muito) a visibilidade do motorista. Olhar nos retrovisores laterais torna-se um ato heróico. Além disso, os vidros pretos impedem a comunicação entre motoristas, pedestres e ciclistas: fica impossível sinalizar para o pedestre que ele pode atravessar a rua, agradecer o ciclista pela passagem cedida e outros atos necessários para a convivência nas ruas.
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