… que estamos em São Paulo.
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Assim como a agressão automobilística, os abusos publicitários também se espalham pelo mundo, sendo mais visíveis e brutais nos países periféricos.Mania em Praga é revestir monumentos históricos em restauração com réplicas da paisagem, adicionadas de imagens fantasiosas do produto anunciado.
Como em todo país subdesenvolvido, o cronograma público atende aos interesses privados. Assim, o tempo da restauração de praças e monumentos acaba sendo um longo verão cheio de turistas com suas câmeras fotográficas.
Carros e praças só combinam na mente de publicitários, roteiristas de filmes de hollywood e administradores do século passado. Tomara que o taxi movido a propulsão humana da foto acima seja capaz de trazer um pouco de realidade às mentes esfumaçadas.
Mas ainda há muita vida inteligente na capital da República Checa: pessoas e grupos que não aceitam a privatização dos espaços públicos, as agressões gratuitas e o monopólio automobilístico sobre as cidades.O lindo vídeo acima é um convite para a massa crítica do Dia Sem Carro em Praga.
Ultrapassar a fronteira do Euro significa muito mais do que ter que procurar a melhor cotação para trocar dinheiro.Chegar à Praga depois de conhecer Munique, Salzburgo e Viena causou um certo deja vu. Notei de imediato algumas semelhanças com as paragens subdesenvolvidas da terra brasilis.
Tá certo, a majestosa estação de trem no meio da cidade não deixava dúvidas: eu continuava na Europa. Mas e o imenso outdoor de um blockbuster estadunidense na fachada? Será que os alemães ou austríacos aceitariam o gigantesco painel em um local tão sagrado?
Me assustei com o número de carros estacionados em cima das calçadas.E o pior: tudo dentro da lei. Sim, é isso mesmo: em boa parte da cidade recomenda-se o estacionamento com duas rodas em cima da calçada.
Com o final do regime comunista, os habitantes de Praga entupiram as ruas da cidade com veículos capitalistas. Como a cidade está na periferia do capital, falta grana para reformar e construir garagens subterrâneas. Resultado: todos os carros da cidade ficam estacionados em via pública.
Igualzinho São Paulo: centro histórico liberado para veículos.
(massa crítica de agosto no Rio / foto: TA)
A Bicicletada carioca esteve de volta às ruas na última sexta-feira de agosto. 15 alegres ciclistas deslizaram pelo congestionamento das ruas de Botafoto e Jardim Botânico.
Para saber mais, visite o blog da Transporte Ativo ou cadastre-se na lista de discussão da bicicletada carioca (basta clicar no link, enviar um e-mail em branco e aguardar a confirmação).
(massa crítica em Durham – foto: Jack Warman)
Enquanto os cariocas retomavam sua antiga tradição e os paulistas alegravam o happy hour vestidos de executivos, a pequena cidade de Aveiro (Portugal) realizou sua primeira massa crítica em agosto.Em Durham (Carolina do Norte – EUA), 80 pessoas se juntaram para retomar o movimento de ocupação das ruas por cidades humanas e divertidas.
(foto: adolgov)
Em São Francisco, “onde tudo começou”, a massa segue linda e gigantesca.Postei no disco virtual algumas matérias retiradas de edições antigas da revista Carbusters sobre a massa crítica, origens e histórias ao redor do planeta.
[Critical Mass – panorama dos primeiros anos (1998)][Critical Mass around the world – os vários “modelos” (2003)]
[Critical Mass – How To – como organizar uma massa crítica (2003)]
copyright: Miguel Paiva / publicada no jornal O Globo
descoberta no fotolog do Zé Lobo
Saí de Viena em direção a Praga numa sexta-feira. Perdi a massa crítica da capital austríaca, que aconteceria no dia da minha viagem, e perdi a bicicletada de Praga (que aconteceu na véspera).Nada que uma boa viagem de trem não fizesse esquecer. Como já disse antes, trem não passa em buraco, não queima combustível, (geralmente) não atrasa e é um ótimo local de encontro.
Em uma cabine de trem você conhece pessoas, pode olhar a paisagem, tem espaço para esticar as pernas, não fica preso em um assento apertado de carro, ônibus ou avião.
Praga, como boa parte das cidades européias, tem a sua principal estação de trem conectada à rede de metrô.Nada de taxis que cobram preços absurdos para levar turistas ao centro da cidade, nada de congestionamento na chegada…
A vida sobre trilhos é só alegria.
Enquanto isso, mais um feriado se aproxima no Brasil.
Milhões de paulistanos deixarão a cidade para passar algumas horas dentro de seus carros, nervosos, tensos com o congestionamento das estradas, tendo que viajar de madrugada para evitar o trânsito.
Algumas centenas morrerão em crimes chamados de “acidentes”, toneladas de poluentes serão lançados na atmosfera, milhares ultrapassarão pelo acostamento, algumas multas serão aplicadas, subornos serão pagos e a gente ainda acha que trem é coisa do passado ou idéia de maluco…