Repressão preventiva

educar ou punir?

Depois da popularização dos conceitos de “automóvel ecológico”, “ataque preventivo” e “guerra pela democracia”, a CET de São Paulo também aderiu à novilíngua.

À primeira vista, os agentes de “educação no trânsito” posicionados com bandeiras e coletes em algumas esquinas da capital têm como missão fazer com que os motoristas respeitem a travessia de pedestres.

Uma observação um pouco mais atenta mostra que a real tarefa dos porta-bandeiras é disciplinar os pedestres, ou seja, punir mais uma vez quem já não conta com o mínimo de estrutura adequada para se locomover pela cidade.

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Os agentes da CET ficam posicionados apenas em pontos onde sua presença é absolutamente desnecessária para os motoristas.

Todas as travessias escolhidas para a ação “educativa” possuem semáforo de pedestres com tempos razoáveis e faixas bem pintadas no chão, ítens raríssimos nas esquinas da capital.

Quando o farol fecha e os carros param, eles estendem suas bandeiras com escritos “Pare” e “Respeite a faixa de pedestres”.

Quando a luz verde aparece para os automóveis, eles recolhem rapidamente as bandeiras (mesmo que existam pessoas cruzando a rua) e, como quem não quer nada, interrompem a passagem de pedestres.

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Eles trabalham em dupla: um antes e outro depois da faixa, posicionamento absolutamente desncessário (para não dizer ridículo) se a missão fosse educar motoristas.

Mais: só atuam em horários de pouco trânsito. Nos horários de pico são substituídos pelos “marronzinhos”, que têm como uma das principais missões evitar que os carros fechem os cruzamentos. Mesmo que isso signifique orientar motoristas a permanecer sobre as faixas de pedestre.

Uma ação educativa séria levaria os porta-bandeiras para faixas não semaforizadas, inclusive em horários de pico, com panfletagem e orientação sobre a preferência dos pedestres na faixa.

Pedestre não mata motorista
O pedestre que se dane
Perigosos pedestres

Continue dirigindo

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“Se a água atingir este nível, não precisaremos mais da ponte. Continue dirigindo, quem sabe a gente chega lá”.

A interferência artística foi feita por Ogul Oz na ponte Hoofddorpweg, em Amsterdã (Holanda).

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Conhecida como um dos “países baixos”, a Holanda será uma das primeiras partes do globo a ser varrida do mapa se a carro-dependência não for curada.

Notícia e fotos no Tápostado
Notícia e fotos no Mountain Bike BH

Sacis pedalam

41 sacis a mais, 41 carros a menos

Bicicletada de outubro em São Paulo.

Sacis, homens do saco, emílias, padres, vampiros e reles mortais celebrando o espaço público.

Tarde quente com direito a chuva na hora exata para refrescar a concentração lúdico-educativa.

Pedal bacana na noite de lua cheia, que só viu quem tava do lado de fora.

relato e fotos – panóptico
relato e fotos – contraponto e fuga
relato e fotos – pedalante
relato e fotos – ciclobr
fotos – fourrier

Leia e passe adiante

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Se você encontrar um livro em algum banco de trem ou estação da CPTM nos dias 29 e 30, não foi ninguém que esqueceu. Trata-se do projeto Livro Livre. Leia e passe adiante para que outros possam ler.

Saciclistas na Paulista – é hoje

saciclista

Não esqueça: hoje tem Raloim do Saci na Bicicletada.

Concentração folclórica às 18h.

Pedal para esconder o trânsito: 20h

na Praça do Saciclista

Venha fantasiado!

Mais dois convites para sexta-feira

Nesta sexta-feira (26), além do Raloim do Saci na Bicicletada, duas atividades interessantes na cidade.

A partir das 14h, o Movimento Passe Livre realiza uma manifestação na Praça da Sé no 3o Dia Nacional de Luta pelo Passe Livre. Pelo direito à mobilidade livre de catracas.

Às 19h, os sacis que não participarem da Bicicletada de outubro (marcada para as 18h) podem acompanhar o debate “Sociedade do automóvel e modelo de civilização”, que será realizado pelo Movimento Nossa São Paulo na Ação Educativa (r. General Jardim, 660). Debatedores: Michael Lowy (diretor de pesquisas do CNRS da França) e Eric Ferreira (diretor do Instituto de Energia e Meio-Ambiente).

Carro atrapalha, chuva molha

lagos da avenida Paulista

“São as águas de março caindo em outubro”… Mas fiquemos tranqüilos, Mr. Bush e os “céticos (honestos)” da “revista” Veja garantiram que não tem nada de errado com o clima.

Enquanto isso, a bendita água que cai do céu transforma as calçadas da avenida mais importante da cidade em um lago.

O probelma deve ser resolvido em breve: o espaço de pedestres da Paulista está em reforma. Os buracos nas pedras portuguesas, causados pelos carros e motos que circulam e estacionam nas calçadas, devem finalmente desaparecer.

Quanto aos carros, nada indica que o abuso contra pedestres e cadeirantes será contido. O novo piso é feito inclusive para suportar algumas toneladas sem ser danificado.

Enquanto a obra não fica pronta, a mídia corporativa segue dando “aquela força” e mostrando que sua linha editorial continua sobre quatro rodas e um motor:

“Obra na calçada gera lentidão na Paulista”, OESP (24-07-07)

“Obra e 2km de filas na Paulista”, OESP (23-10-07)

“Obra na Av. Paulista faz CET ampliar bloqueio”, FSP (10-08-07)

CET mantém interdições na Avenida Paulista, FSP (13-09-07)

O asfalto impermeabilizou o céu

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A foto é da semana passada, quando a cidade ainda vivia longos meses de estiagem.

Toneladas de poluentes lançados nos pulmões e narinas de crianças, adultos e idosos a cada litro queimado.

Sem ter mais para onde ir, gases e partículas sólidas de pneus e escapamentos tamparam o céu e mudaram a cor das tardes paulistanas. Já faz tempo que o azul deu lugar ao cinza alaranjado.

Providencial foi a chuva desta semana: caiu sem parar, arrastou tudo para o asfalto, escorregou pelo bueiro e desembocou no rio, que também já não tem mais cor de rio.

* * *

Caminhões malvados de fumaça preta não são os vilões do ar: se o carro não tivesse matado o trem, seriam em número menor.

Ônibus, apesar de cúmplices no assassinato dos trilhos, também não devem ser criminalizados: transportam muita gente e, quando circulam em corredores exclusivos, são rápidos e menos poluentes.

Veículos pesados de utilidade pública poluiriam muito menos se não existissem tantos veículos individuais de utilidade privada congestionando as ruas.

Brinquedos educativos

brinquedo educativo

Para carro-dependentes a partir de seis anos de idade.

Só não vale buzinar para o amiguinho idiota que não tira o carrinho verde da frente ou xingar o pai que não constrói mais avenidas e estacionamentos.

O achado foi do Denir, que deixou um comentário em outra postagem com a indicação. Mas como não é todo mundo que lê os comentários…

Pequenos grandes consumidores
Automóvel kids com “tecnologia acalma criança”

Inspiração para o Raloim

turma do saci

ilustração: Guazzelli

O Bruno Morino encontrou na revista da TAM uma materia bacana sobre o Saci e sua turma. Imagens e histórias para inspirar fantasias e brincadeiras na Bicicletada de Outubro. Disponível para download aqui.

Outra referência interessante é o Turma do Saci, com mais alguns personagens da mitologia brazuca.

Visite os sites, capriche na fantasia e venha para a festa na noite de lua cheia.