Remédio para as calçadas estreitas

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Rua Pamplona, bairro nobre dos Jardins.

Para maximizar o número de vagas de estacionamento, a Droga Raia fez o famoso “puxadinho”. No espaço onde caberia apenas uma Romi-Iseta, uma vaga tamanho família.

A farmácia é apenas um dos milhares de estabelecimentos comerciais da cidade que se utilizam do espaço dos pedestres para acomodar seus clientes motorizados.

Basta pintar uma faixa no chão pronto: os passivos pedestres se apertem para atravessar por onde for possível. Cadeirantes, como sabemos, já perderam há muito tempo o direito de andar pelas calçadas de São Paulo.

A Pamplona é uma das típicas excrecências do “São Paulo way of life”: calçadas minúsculas, enorme fluxo de pedestres e estacionamento permitido nos dois lados da via.

No espaço que poderia ser destinado à ampliação das calçadas, construção de ciclovias, instalação de bancos ou plantio de árvores, apenas carros estacionados.

Mas como sabemos que em São Paulo a política de transportes privilegia o estacionamento de automóveis em detrimento do fluxo de pessoas (em bicicletas, à pé, de ônibus ou até em outros carros), a solução para melhorar o fluxo de pedestres em frente à Droga Raia deve ser mesmo cortar a árvore…

100 pessoas em veículos individuais

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A Associação Ciclo Urbano pergunta: quem causa o trânsito?

E quem polui o ar das cidades?

E o barulho, de onde vem?

E a epidemia de mortes em “acidentes”, é causada por qual veículo?

E o abandono do espaço público, reduzido a local de passagem, é provocada pelo uso excessivo de qual forma de transporte?

E a agressividade nas ruas?

“Parem os carros, diminuam os carros, queremos respirar, queremos pedalar”… (Plá)

Tempo é dinheiro

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voss, na revista Caros Amigos

O espaço-tempo é coletivo

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foto-montagem: luna rosa

Desde sua inauguração, em fevereiro de 2006, a Praça do Ciclista já passou por diversas transformações. As montagens fotográficas de luna rosa retratam alguns destes momentos.

Espaço coletivo de lazer e convivência, a Praça recebe mensalmente adeptos da mobilidade humana: é lá que acontece a concentração lúdico-educativa da Biciceltada paulistana, um momento de troca, construção e ação direta por cidades possíveis.

A única Praça do Ciclista do Brasil foi batizada no carnaval de 2006, quando uma singela placa de madeira foi instalada nos postes.

Ao longo do tempo, os postes receberam outras placas, alertando para a circulação de veículos não poluentes na avenida Paulista.

Em setembro de 2007, foi contemplada com os primeiros paraciclos instalados pela Prefeitura em um espaço aberto na capital. Também em 2007, foi finalmente oficializada pela administração municipal.

A Praça foi também o primeiro (e ainda único) espaço da cidade a disponibilizar uma parada de ônibus com o itinerário completo de todos os coletivos que passam pelo local. Recebeu mudas de árvore e presenças ilustres.

A ação coletiva de indivíduos sobre o espaço urbano é o que mantém a vida nas cidades. Sem mulheres e homens agindo e interagindo no espaço real, a cidade se torna espaço de passagem, funcional, burocrático, abandonado e agressivo.

Dois anos se passaram. Amizades foram feitas, idéias foram trocadas, ações e intervenções foram realizadas e, aos poucos, realidades foram sendo transformadas.

Fevereiro de 2008 é o mês do segundo aniversário da Praça do Ciclista. Como os astros têm conspirado a favor, neste ano bissexto a Bicicletada mensal cai no dia 29.

Nada melhor do que uma festa recheada de estrelas para prestigiar o aniversário do espaço humano construído por humanos: Bicicletada das Celebridades. Muita gente famosa já confirmou presença na Massa Crítica de Fevereiro.

Se você não é famoso, saiba em breve mais detalhes sobre a Bicicletada e aprenda “Como se transformar em uma celebridade” em dez lições.

Dia 29 de fevereiro, como em toda última sexta-feira de cada mês, venha para as ruas construir espaços e tempos coletivos. Afinal, praças e ruas pertencem a todos.

Mais algumas migalhas

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faixa preferncial para ônibus da Faria Lima / foto: Panóptico

“Os corredores definitivos nas Avenidas Brás Leme, Sumaré e Faria Lima foram descartados após pressão de comerciantes e moradores próximos dessas vias, que manifestaram posição contrária aos projetos.

Em audiências públicas realizadas entre julho e outubro do no ano passado com representantes da Prefeitura, moradores de Santana, Perdizes e Itaim Bibi argumentaram que o comércio ao longo das vias com corredores seria prejudicado, pois os clientes não teriam mais espaço para estacionar.”

Assim terminava uma matéria no Estado de S.Paulo desta segunda-feira. A notícia da suspensão das obras de três corredores de ônibus se misturou aos “testes” de quatro corredores temporários (chamados pirotecnicamente de “virtuais”) em outras vias da cidade.

A Prefeitura suspendeu a construção de corredores de ônibus nas avenidas Brás Leme, Corifeu, Jaguaré, Faria Lima, Indianópolis, Brasil e Sumaré.

Para que os clientes motorizados não percam o privilégio de estacionar suas propriedades privadas em espaço público, quem anda de ônibus continuará a passar horas dentro dos coletivos por causa do trânsito causado pelos automóveis.

A “economia” com a suspensão das obras em 37 km de novos corredores será de R$157 milhões. Aproximadamente seis vezes mais do que o “investimento” de R$ 23 milhões nos 310 metros do Túnel Paulo Autran.

Enquanto os corredores de ônibus custariam aproximadamente R$ 4 mil reais por metro, o túnel, que serviu para retirar um semáforo do caminho dos motoristas, custou R$ 74 mil por metro.

Mas comemoremos as migalhas: a Prefeitura anunciou quatro corredores “virtuais” para as avendas Celso Garcia, Cruzeiro do Sul, Robert Kennedy e para a rua Clélia. As faixas exclusivas para o transporte coletivo funcionarão apenas em dois horários do dia: das 6h às 8h e das 17h às 20h. Em vez de radares para multar motoristas que invadem o corredor, cones e faixas de segregação.

Os corredores temporários são boas alternativas em alguns casos.

O que assusta é que saber que a política de transportes na capital continua a privilegiar o estacionamento de automóveis em detrimento do fluxo de ônibus em corredores, bicicletas em ciclovias e ciclofaixas, pedestres em calçadas largas e (até) de outros carros.

Return of the Scorcher

O vídeo de Ted White que inspirou os ciclistas de São Francisco a transformarem as ruas uma vez por mês em ambientes dedicados à convivência e à locomoção humanas. E assim surgia o Critical Mass

Domingo, dia de caminhar até a praia

da Transporte Ativo, nas calçadas de Copacabana

Dia de sol em Copacabana + fotos no blog da TA

e assista também:
Car Autoshreck, para download: [parte 1], [parte 2]

Sábado: dia de desperdiçar água e desrespeitar pedestres

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Não existe carro ecológico.

Tudo que cerca o mundo do automóvel está baseado no desperdício de recursos, na produção de lixo e na contaminação do ambiente.

Uma lavagem “econômica” de um carro desperdiça mais de 200 litros de água (potável).

Para ser produzido, um automóvel gera uma quantidade absurda de poluentes, consome uma infinidade de recursos e energia.

Em uso, a vida inúti de desperdício e poluição dos motorizados avança em progressão geométrica.

Em São Paulo, o número de automóveis é inversamente proporcional à educação de seus condutores e às punições aplicadas para conter infrações contra pedestres. Para quem anda a pé, sobra apenas a indignação solitária.

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Sonhadores

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por Frederico Ponzio, em copyleft no Centro de Mídia Independente

Il carnavale, la rivoluzione, la libertà

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Durante a Folia de Momo, diversos grupos e pessoas de todo o país se encontraram em São Paulo para trocar experiências, articular projetos e discutir idéias. Carnaval Revolução, se chamou o encontro.

Na manhã de sábado, conversa aberta sobre “mobilidade humana: a bicicleta na cidade”. Pessoas de São Paulo, Joinville, Minas Gerais e Rio de Janeiro trocando táticas de sobrevivência para as selvas motorizadas.

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No domingo, oficina de bicicletas.
Porque conhecimento é para ser compartilhado.

 

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Teve festa…

 

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foto: luddista

… rolezinho pelas ruas vazias…

 

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foto: luddista

… eco-taxi…

 

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… banho de chuva…

 

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E uma bicicletada na segunda-feira gorda.
Porque as ruas são de todos!

mais fotos: luna rosa
fotos: ellenvicious