Norte-Sul

04-bicicletada-abril_ctb

arte: Marcell Boreto

Em algumas cidades do Brasil, a Bicicletada acontece aos finais de semana. Em Curitiba, a massa crítica sai às ruas neste sábado (25), com encontro marcado para as 10h da manhã, no pátio da reitoria da UFPR.

A capital paranaense também tem uma bicicletada na hora do rush, que acontece sempre na segunda-sexta-feira de cada mês.

cartaz-abril2_natal

Em Natal (RN), a bicicletada ocupa a cidade para promover a bicicleta no pŕoximo domingo (26). O rolê já tem roteiro definido e começa às 15h, em frente ao CEFET. Clique aqui e veja outros panfletos da galera de Natal.

18h30, na Praça das Bicicletas

bicicletada_abril_bsb

A bicicletada de Brasília também acontece toda última sexta-feira do mês. Visite o blog da bicicletada DF ou apareça na Praça das Bicicletas (o cimento do Museu Nacional) e celebre a hora do rush no autorama do poder.

Bicicletada camping

cartaz-bicicletada-camping-abr-09

arte: JP Amaral

A bicicletada de abril promete avançar noite adentro. Depois do tradicional rolê na última sexta-feira do mês, a idéia é acampar na cidade, trocar idéias, aproveitar o espaço público, repartir comes e bebes, discutir a (i)mobilidade urbana e o que mais der na telha.

Como sempre, concentração às 18h na Praça do Ciclista e pedalada para humanizar o trânsito a partir das 20h.

No dia seguinte, parte da massa segue para Sorocaba para participar de outra pedalada no domingo.

* Atenção: o telefone que aparece no mapa da Praça do Ciclista não tem nenhuma relação com a bicicletada. Misteriosamente, o número de uma loja de chocolates foi associado à Praça que, ao menos no Google Maps, já tem nome.

bicicletada-abril-02-baixa

arte: Marçola A+

Ciclista Edílson, responsável pelo congestionamento

ciclista_colisao

O relato é do leitor Tiago Nepomuceno, enviado na semana passada:

“Neste último sábado tive a infelicidade de acompanhar de perto um acidente grave envolvendo um ciclista. Por volta das 14h30 estávamos, eu e minha esposa, seguindo pela Av. Presidente Tancredo Neves no sentido centro quando percebemos um ciclista jogado no meio-fio da pista da direita, já cercado de pessoas.

O acidente tinha acabado de acontecer. Segundo testemunhas um caminhão grande derrubou o ciclista logo depois de ultrapassá-lo. O ciclista (seu nome é Edílson) capotou e terminou batendo a cabeça (no chão ou no meio-fio). O mais grave: logo atrás de Edílson estava seu filho Matheus de seis anos, que seguia o pai em sua bicicletinha.

Ambos estavam sem capacete e rumavam para a favela de Heliópolis, distante pouco mais de 1,5 km do local. Assim que chegamos Edílson estava completamente zonzo. Não conseguia articular frase alguma, gemia, não conseguia se movimentar direito. Estava deitado e aos poucos começou a ficar agitado, tentando se levantar. A parte de trás de sua cabeça sangrava muito.

Sentado no meio fio, chorando e completamente assustado de ver o pai naquele estado estava o pequeno Matheus. Uma enfermeira que passava no local, juntamente com a nossa ajuda, tentava convencer Edílson a não se movimentar para evitar danos maiores, mas ele estava tão atordoado que sequer reconhecia o filho.

Tentamos conseguir a senha de seu celular para entrar em contato com a mãe do menino, mas Edílson não se lembrava. Vomitou (o que foi um péssimo sinal) e logo depois foi socorrido pelo resgate.

As duas bicicletas foram guardadas por um morador local, enquanto uma senhora – também da região – acompanhou ambos até o Hospital do Ipiranga. Um motociclista que viu o acidente e parou para socorrer Edílson saiu logo em seguida atrás do caminhão, mas infelizmente não o localizou.

Na condição de ciclista, acidentes como esse me lembram o quão vulnerável estamos nas ruas de São Paulo e principalmente o quão importante é toda e qualquer forma de resistência à hegemonia dos motorizados.

Era um feriadão de sol e céu azul, um dia perfeito para compartilhar a cidade de bicicleta. Pena que o caminhoneiro criminoso não pensava assim…

Um abraço para todos os amigos de pedal.

Tiago Costa Nepomuceno

PS: Diante do absurdo que aconteceu recentemente com o André Pasqualini, sugiro que informemos o caso para a CET a fim de que eles possam localizar e cobrar do Sr. Edílson a conta pelos vinte minutos de transtornos causados naquela avenida. “

PS do autor do blog 1: de acordo com a legislação brasileira, o uso de capacete não é obrigatório para ciclistas e, por uma questão de lógica simples, a vítima não pode ser culpabilizada pela agressão sofrida.

PS do autor do blog 2: recomendamos que a administração municipal envie o mais rápido possível o boleto bancário para a família destes dois outros ciclistas vítimas dos motores na semana passada. Informamos ainda que o Secretário Alexandre de Moraes não estará sozinho ao cobrar das vítimas os custos do trânsito. Como ele, boa parte da mídia corporativa também considera o congestionamento mais importante que a vida. Afinal, 80% do texto sobre os  dois “acidentes” trata da lentidão motorizada, sem fazer qualquer análise ou investigação a respeito das causas nem tampouco ampliar a discussão sobre as condições de mobilidade por bicicleta.

Cia de Engenharia de Tráfego de Automóveis

marginal_vermelho

São Paulo, como outras cidades do país, possui um órgão operacional responsável pela mobilidade urbana, a Companhia de Engenharia de Tráfego, um dos braços da Secretaria Municipal de Transportes (que, por sua vez, responde ao Prefeito).

Palavras bonitas descrevem a missão deste órgão: “Prover mobilidade com segurança no trânsito, contribuindo para a cidadania e qualidade de vida”.

Em teoria, a CET é o órgão responsável por garantir a segurança nos deslocamentos dos cidadãos paulistanos,  não importando se eles estão sozinhos em uma lata motorizada, dividindo espaço nos coletivos, caminhando por calçadas ou faixas de pedestres ou pedalando uma bicicleta.

Na prática, a CET segue o pensamento de seu presidente Alexandre de Moraes (servidor público que acumula outros três cargos na administração municipal, contrariando a Constituição, o bom senso e o respeito aos demais profissionais capacitados para ocupar os postos). Alexandre acredita que a vida dos paulistanos é menos importante que a inútil tentativa de garantir fluidez ao tráfego de motores.

Alexandre não está sozinho: conta com apoio de uma história urbana baseada na locomoção individual motorizada, de grande parte da mídia corporativa e do poderoso lobby automobilístico.

marginal_andre01

foto: ciclobr

No começo de abril, a CET mostrou mais uma vez que continua ignorando as palavras “segurança” e “cidadania”, seguindo apenas vã (e lucrativa) obsessão pela garantia do fluxo de motores.

Há quase duas semanas o órgão decidiu transformar 4km de acostamento da Marginal Pinheiros em mais uma faixa de rolamento para os motorizados. Com isso, colocou em risco a vida de ciclistas e pedestres que utilizavam o acostamento todos os dias, como mostram as duas fotos ao redor deste parágrafo.

marginal_andre02

foto: ciclobr

Ok, o acostamento de uma via expressa não é o melhor local para o fluxo de pessoas e bicicletas (ainda que esse direito seja garantido pelo Código de Trânsito em vias sem calçadas ou ciclovias). Certamente a melhor solução seria a construção de calçadas e de pistas dedicadas ao fluxo de ciclistas.

E qual foi a solução apresentada pela CET para as pessoas que não queimam combustível poderem circular na região? Obviamente, nenhuma. Para os administradores da mobilidade urbana em São Paulo, pedestres e ciclistas são cidadãos de quinta categoria e não merecem sequer satisfações quando têm o seu direito de ir e vir tolhido.

marginal_andre03

foto: ciclobr

Cansados das arbitrariedades e da cegueira em relação ao conceito de mobilidade urbana, um grupo de ciclistas resolveu denunciar o absurdo, resgatar o direito de ir e vir tolhido pelos carrocratas e reivindicar mais atenção para os deslocamentos da maior parte da população (que não anda de carro).

Na última quinta-feira (16), a CETB entrou em ação. Munidos de rolos de pintura, panfletos e argumentos na ponta da língua, a Companhia de Engenharia do Tráfego de Bicicletas começou a repintar o acostamento perdido.

A ação terminou com uma pessoa detida, ameaças a jornalistas,  NENHUMA palavra da administração municipal sobre o caso e mais uma patética ameaça de multar os responsáveis pela ação.

Na sexta-feira, os ciclistas e pedestres puderam novamente andar com segurança pelo local. Mas a truculência motorizada mostrou que não brinca em serviço: o acostamento repintado pelos ciclistas foi apagado, colocando novamente em risco a vida de centenas de pessoas que passam pela região.

clipping de notícias, fotos e vídeos da ação
abuso de poder durante manifestação cicloativista – relato, fotos e vídeo – Renata Falzoni
dia seguinte com acostamento repintado – vídeo
Adivinha quem vai pagar pelo trânsito da Ponte Estaiada – Vá de Bike
Ciclistas repintam acostamento retirado pela CET – Vá de Bike
CET quer multar ciclistas outra vez – Vá de Bike
Comprovado: a fluidez motorizada é mais importante que a segurança da população – CicloBR
CET, terrível contra os ciclistas – CONTRA OS CICLISTAS!

Volto já

breve

Muito assunto importante na cidade, como a sinistra revisão do Plano Diretor em favor da especulação imobiliária, as intervenções artísticas e rolês de bicicleta, o bizarro acúmulo de cargos do über-secretário Alexandre Moraes e sua recente “malhação pública”, os novos túneis bilionários de São Paulo, a sempre criminosa criativa publicidade motorizada, os resultados da Pesquisa Origem Destino 2007, o buraco das montadoras de automóveis no exterior e as vendas e congestionamentos recordes por aqui.

Além disso, mais de 20 textos e uma porção de fotos aguardam entre os rascunhos.

Semana complicada pela frente, então visite a nossa boa vizinhança na coluna da esquerda, confira a rede de notícias ou acompanhe as atualizações no twitter.

O apocalipse motorizado volta depois da montanha.

Cinema socioambiental

cineclube-socioambiental

Começa hoje (08) o Segundo Ciclo de Filmes e Palestras do Cineclube Socioambental Crisantempo, que exibirá 30 produções de diversos países, sempre às quartas-feiras, até o dia 24 de Junho.

Na sessão de abertura, três filmes sobre consumo e domínio corporativo sobre os alimentos:  “O grão que cresceu demais”, “A história das coisas” e “O mundo segundo a Monsanto”. A partir das 18h, com entrada franca.

Confira a programação completa no site do cine-clube.

Por calçadas sem carros

O vídeo acima é um clássico das ações por um mundo livre da tirania do automóvel. Em 1995 o alemão Michael Hartmann resolveu começar a agir. Seu primeiro alvo foram os carros estacionados em cima das calçadas de Munique.

“Sempre que um pedestre encontra um automóvel parado no seu caminho, ele tem que se subjugar a essa coisa morta, alterando o percurso que normalmente faria. Trata-se de uma escravização moderna do Homem pela Máquina.”

Hartmann negou a moderna escravidão e talvez tenha sido o primeiro “carwalker” da era do automóvel.

O vídeo Autoschreck resume a trajetória de Hartmann. Está em inglês, mas boa parte das cenas não dependem de palavras. A descoberta desta versão foi do Menos Um Carro, que publicou também alguns excertos da autobiografia de Hartmann.

Que sirva de inspiração para algumas campanhas recentes contra um dos abusos mais comuns em todas as cidades: carros em cima das calçadas.

Chega de carros nas calçadas
postagem original no Menos Um Carro
Menos Um Carro – Autobiografia I
Menos Um Carro – Autobiografia II
Menos Um Carro – Autobiografia III
Domingo, dia de caminhar até a praia – “carwalking in Rio”

Um alerta para o G20

dsc08698
foto: Ecologia Urbana

Na noite desta quinta-feira (02), um recado aos 20 mandatários reunidos na cúpula de Londres: “quem pariu Mateus que o embale”.

Um alerta para o G20 (fotos e texto) Ecologia Urbana
G20 só com Bicicletada (fotos e texto) Pedalante

Segundo BotEco Urbana

convite-2o-boteco-urbana-final1

arte: ecourbana

O Boteco Urbana deste sábado (04)  junta gente no espaço público para discutir o futuro da(s) cidade(s) e do planeta: Plano de Metas e Plano Diretor em tempos de crise ambiental, com som e bom ambiente.

A partir das 17h, no bar da Praça General Craveiro Lopes.

Mais informações no blog de Ecologia Urbana.

sobre o primeiro boteco urbana: [1][2][3]