07/03/05 – 11h – Vocalista do “Charlie Brown Jr” …

07/03/05 – 11h – Vocalista do “Charlie Brown Jr” invade sinal vermelho e atropela 3 ciclistas; “sou vítima” (de http://montesclaros.com)

O músico Alexandre Magno Abrão, o Chorão, vocalista da banda “Charlie Brown Jr”, se envolveu num acidente de trânsito e acabou atropelando 3 adolescentes no bairro Vila Nova, em Santos. Chorão, que dirigia uma blazer, passou no farol vermelho e acabou batendo num palio, ontem à noite. O carro atingido perdeu o controle, subiu na calçada e atropelou os 3 jovens que andavam de bicicleta. O músico estava sozinho no momento do acidente e deve responder por lesão corporal culposa, sem intenção de causar os ferimentos. “Eu permaneci no local do acidente e prestei socorro. Também sou vítima dessa história”, disse Chorão, em entrevista. Os 3 adolescentes e o motorista do Palio sofreram ferimentos leves e foram atendidos num hospital próximo.

Qualidade (ou falta de) musical a parte, na cidade de São Paulo os “acidentes” de trânsito mataram cerca de 1500 pessoas no ano de 2004, ou seja, a cada 6 horas alguém morre vítima de automóveis.

Viva o centro… sem carros (parte 3)

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Essa foto poderia ter sido tirada por um turista encantado pelo Solar da Marquesa de Santos, no centro da cidade. Além do prédio histórico, o turista levaria para casa um belo retrato de dois automóveis em cima da faixa de pedestres.

Viva o centro… sem carros

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No começo do ano surgiu em São Paulo a idéia mais estúpida desde a construção do Minhocão (obra do glorioso Paulo Maluf que acabou com o centro de São Paulo na década de 70): abrir alguns dos 27 calçadões exclusivos para pedestres para a circulação de automóveis.

Na foto (tirada num domingo), a rua Barão de Itapetininga, uma das possíveis vítimas do novo projeto, que já sofre com o estacionamento ilegal.

Os órgãos “competentes” fazem vistas grossas ao estacionamento ilegal…. E que se foda quem quer telefonar num orelhão (compre um celular, seu pobretão!) ou caminhar sem ser importunado por uma buzina (sim, os educados motoristas chegam a buzinar nos calçadões!).

Enquanto as grandes cidades do mundo restringem cada vez mais o estacionamento e a circulação de automóveis em regiões centrais, São Paulo dá um exemplo de estupidez e caminha no sentido contrário.

O centrão é cercado por quatro estações de metrô, servido por várias linhas de ônibus e conta até com dezenas de estacionamentos pagos. Mas para que pagar se a prefeitura estimula a ilegalidade e permite o estacionamento em qualquer lugar?

Diálogo entre pai e filho

Daqui centenas de anos, quiçá dezenas de anos, um diálogo entre um pai e seu
filho ocorrerá dentro de um museu:

– Pai, o que são essas máquinas?

– Eram chamadas de automóveis, meu filho. Serviam para levar os humanos para
diferentes lugares.

– Mas parecem tão grandes e pesados? Quantos humanos levavam?

– Bom, algumas dessas máquinas eram feitas para carregar até 40 pessoas, mas
a maioria, como essas aí, levava só uma.

– Só uma?

– E a máquina pesa mais ou menos 1 tonelada e meia. À vezes mais.

– Que coisa de doido!

– Sim, meu filho, coisa de doido.

– E eram movidas a fusão a frio? Eletricidade?

-Não, isso não existia não. Usavam um tipo de combustível fóssil, um tipo de
óleo retirado da Terra. O motor usava esse combustível com explosão.

– Explosão?

– É, esse querosene antigo explodia dentro do motor e movia umas manivelas,
uns pistões, e a coisa toda andava.

– Queimando querosene?

– Exatamente. Mas não se pode chamar de uma solução elegante. O rendimento
era baixíssimo, coisa de 5, 10% da energia se transformava em movimento.

– E o resto?

– Barulho, calor, e muito CO.

– Mas que máquina estúpida!

– Bom, meu filho, o ser humano passou por isso. Não sei se foi mesmo
preciso, mas aprendemos com a coisa.

– E como andavam? Onde circulavam esses automóveis?

– Em vias, feito pequenos caminhos.

– Como túneis?

– Não, como caminhos mesmo. Não haviam proteções ao lado destes caminhos. As
pessoas ficavam ao lado destes caminhos.

– Mas a que velociadade iam essas máquinas de 2 toneladas?

– Quando não estavam paradas por causa do excesso de automóveis nos caminhos, 60, 80 km por hora. Em alguns caminhos especiais iam a 100, 120 km por hora.

– Com as pessoas ao lado? E uma dentro? Numa máquina de 2 toneladas toda de
aço? Não era perigoso? Não morria ninguém?

– Sim, meu filho. Morria muita gente. Muita gente mesmo.

– Pai! como era estranho esse passado!

– Vamos seguindo, meu filho. Logo ali tem uma mostra da arquitetura do
século 13. Há algumas réplicas de seus calabouços…

Viva o centro… sem carros (parte 2)

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Estacionamento ilegal na rua 15 de Novembro aos domingos. Foto tirada em frente ao prédio da Secretaria Municipal dos Transportes, órgão responsável por fiscalizar, entre outras coisas, o estacionamento irregular na cidade.

a miserável vida do paulistano

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ilustração retirada do livro “Apocalipse Motorizado (ed. Cornad).