Segundo funcionários do estabelecimento, o uso do espaço público para fins privados funciona em regime de concessão: a prefeitura fica com 70% do valor arrecadado e os donos do estacionamento ficam com 30%.
30% também é a quantidade de paulistanos que possuem automóvel, ou seja, a minoria. A utilização de espaço público para o estacionamento de propriedades privadas seria aceitável se trouxesse algum benefício ao entorno, mas essa não é a realidade. Além da imensa garagem, todas as ruas ao redor da Praça Roosevelt (exceto a avenida da Consolação) também têm estacionamento permitido.
A construção de garagens subterrâneas em diversos pontos da capital vem sendo discutida pela administração municipal. Os alvos divulgados são o centro, a Praça Charles Miller e o Parque do Ibirapuera.
Se os milhares de reais gastos para acomodar as propriedades privadas da minoria forem acompanhados pela restrição de estacionamento em espaço público, uma salva de palmas. Se as novas garagens servirem apenas para aumentar a oferta de estacionamento (como na Praça Roosevelt), teremos a repetição da triste política de valorização do transporte individual motorizado, que resulta em calçadas estreitas, falta de áreas de convivência, estímulo ao individualismo e degradação ambiental.
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