O bonde

trecho de artigo do Clovis Rossi, hoje na Folha (só para assinantes):

“FRANKFURT – Com um sorriso de superioridade bailando nos lábios, resolvo pegar o bonde para ir à Römerberg, a praça principal de Frankfurt, onde tudo acontece. Quero sentir o pulso de argentinos e holandeses. Só dá “laranja”, a cor da Holanda.

Sorrio porque os alemães são uns atrasadinhos. Ainda usam bonde, que os espertos paulistanos já aposentamos há meio século. Deve ser por isso que o trânsito de Frankfurt é um horror, e o de São Paulo, aquela conhecida fluidez.

Vou à estação Platz der Republik. Não vejo ambulantes nem mendigos. Esperta a prefeita da cidade. Deve tê-los retirado só para a Copa. Pensa que me engana.

No ponto do bonde, há um placar eletrônico que avisa quantos minutos faltam para chegar o “meu” bonde, o da linha 11 (quatro minutos). Eles acham que vou acreditar que o bonde chega no horário. Cinco minutos depois, o “11” chega.

Sabia que haveria um atraso horroroso. Em São Paulo, essas coisas não acontecem (ninguém sabe a que horas vai chegar o ônibus, logo não se pode nem cobrar atrasos).”

Enquanto isso, os paulistanos continuam acreditando em Audis, BMWs e Mercedes…

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