Armas de destruição em massa

hiroshima

Vale lembrar: há 60 anos, o país que escolheu o automóvel e as armas de fogo como estilo de vida praticou o mais eficiente e rápido genocídio da história humana. Em 6 de agosto de 1945, a primeira bomba em Hiroshima matou na hora 70 mil civis; em Nagasaki, 3 dias depois, mais 40 mil mortos instantâneos. O número de vítimas reconhecidas oficialmente chegou a 220 mil.

“A imagem do Paraíso é simples: cada norte-americano tem um automóvel e uma arma de fogo”. (…) “Em cada 6 dólares que gasta o cidadão médio norte-americano, um é destinado ao automóvel; de cada seis horas de vida, o mesmo cidadão reserva um hora para viajar de carro ou então a trabalhar para pagar seu veículo; e de cada 6 empregos existentes no “paraíso”, um está direta ou indiretamente relacionado com a violência e as suas indústrias” afirma o uruguaio Eduardo Galeano.

Os EUA são o país do mundo com o maior arsenal de armas de destruição em massa e de uso “caseiro” (aquelas utilizadas por garotos de 15 anos para matar seus colegas em escolas secundárias). Para dar vazão à produção de armas, é necessário criar conflitos, ocupar países, instalar bases e auxiliar milícias ou bandos organizados ao redor do mundo. Na última aventura oficial, Texaco-Bush botou boa parte do arsenal na disputa pela região conhecida como Grande Poço de Petróleo do Mundo. 25 mil civis iraquianos foram mortos até agora, mas nenhum McDonalds foi aberto em Bagdá.

As máquinas da guerra são chamadas “armas”. As máquinas da sublime dominação cotidiana têm outros nomes: computadores, celulares, televisão, bolsas de valores, revista Veja, cotação do dólar, automóveis… Matam da mesma forma que as primeiras, às vezes de forma lenta e imperceptível, às vezes de forma instantânea como uma explosão atômica. As máquinas-automóveis, por exemplo, matam no Brasil 50 mil pessoas por ano, o dobro do número de civis mortos no Iraque em 2 anos de intervenção. Ou, se preferir, um quarto dos mortos de Hiroshima e Nagasaki.

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